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Enviada em: 04/09/2018

A obra intitulada "A peste", de Albert Camus, discorre a respeito da importância do saneamento básico como garantia da integridade humana. Apesar de toda a subjetividade, a trama serve como um gancho para abordar sobre os impasses encontrados ao tratar-se do manejo da água pluvial, a partir do momento que é corroborada a dicotomia existente entre ações públicas e âmbito moral, uma vez que a mesma reflete ativamente na saúde da sociedade. Dessa forma, compreender os obstáculos do quesito abordado, eis um desafio à contemporaneidade.   Considera-se, antes de tudo, como a crise política que a nação enfrenta ratifica a dificuldade de se obter resoluções acerca da temática. De acordo com o filósofo Jurgen Habermas, a consolidação de uma "ética da discussão" corrobora para a implementação de âmbitos morais. Nesse contexto, a máxima postulada por Habermas caminha em sentido retrógrado da atuação governamental. Haja vista que a corrupção aliada ao desvio de verbas que deveriam ser utilizadas em políticas públicas culmina na intensificação da problemática. Tal fato é corroborado ao citar os dados divulgados pelo jornal "El País", onde aproximadamente 600 milhões de jovens e crianças encontram problemas nas escolas acerca da falta de água potável, higiene e saneamento básico.   Analisa-se, também, que a obrigação social de investir em medidas preventivas, apesar de crucial, não é prioridade. Municípios gastando os poucos recursos que dispõem em saúde corretiva, em vez de preventiva, por exemplo, no tratamento de doenças como a diarreia, cólera e hepatite são alguns dos mais variados exemplos que coadunam para a intensificação do tema abordado. Segundo o líder pacifista Mahatma Gandhi, o futuro dependerá dos atos perpetrados no presente. Logo, é indispensável a modelação de uma conduta que garanta a prevenção, dado que a prática regressista é dominada por uma ótica que perde a oportunidade de garantir a saúde da população.  Fica claro, portanto, que medidas são necessárias para tornar viável o cumprimento do Art. 196 da Constituição Federal Brasileira. O Ministério da Saúde, junto às ONGs, deve investir e fiscalizar as leis já existentes, a fim de garantir o funcionamento de normas que não lesem os direitos básicos, seja por meio da intensificação do saneamento básico em locais de maior necessidade, certificar o tratamento de qualidade à hospitais, escolas, creches e centros comunitários, utilizando o dinheiros dos impostos para o acesso permanente e sustentável à água potável segura e esgotamento sanitário. Também, é de suma importância que a mídia, como grande formadora de opiniões, difunda uma cultura de criticidade e conscientização da população sobre seus direitos, por meio do uso de dados, matérias jornalísticas, documentários e jornais. Só assim, com a mobilização de um todo, haverá mudanças.