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Enviada em: 03/10/2018

A chegada da industrialização, no século XX, trouxe para os centros das cidades milhares de pessoas, que chegaram de maneira desordenada e sem planejamento,com isso a Revolta da Vacina ocorreu em um contexto de extrema insalubridade no Rio de Janeiro, quando foi incorporadas as reformas urbanas conhecidas como ''bota-abaixo'', visando eliminar as epidemias oriundas da inexistência do saneamento básico. Entretanto, após um século o problema ainda é um desafio a ser superado. Nesse sentido, a inércia do estado quanto aos investimentos associado à falta engajamento do corpo civil corrobora com a situação vigente.  Uma vez que, segundo Karl Marx, a sociedade se organiza de acordo com os interesses da classe economicamente  dominante, isso é perceptível na obra " O Cortiço'', no qual grande parcela da população pobre vivia em situações degradantes de insalubridade enquanto a classe mais rica em casas de luxo, o que não é diferente hoje, haja vista que as favelas são locais impróprios para a moradia, pois não há garantias mínimas para sobreviver. Conforme a CNI ( Confederação Nacional da Indústria), apenas 50% do esgoto gerado no Brasil é tratado, sendo concentrado boa parte na região sul do país, e com isso traz a tona diversas epidemias na qual em muitos casos alcançam altos índices de mortalidade. Isso é motivado pela inércia dos governantes que se preocupam apenas com ações de caráter paliativo e não buscam planejamento e infraestrutura adequada nas cidades.  Outrossim, nota-se a importância de frisar a baixa participação do corpo civil para efetivar as prerrogativas brasileiras o que gera comodismo por parte dos políticos em não investir no saneamento básico das cidades já que, Robert Punam defende em "Capital Social", que a pressão popular é diretamente proporcional à resolução dos impasses enfrentados. Nesse contexto, a sociedade ainda não participa ativamente em prol dos direitos assegurados pela Constituição Federal o que pode ser atestado pelo depósito de  resíduos inorgânicos e tóxicos que são jogados nas vias urbanas, e o corpo civil se mantém inerte e até colaborador com tal ato.  Nesse sentido é necessário que o o governo Federal amplie a promoção de saneamento básico nas cidades do país, por meio de recursos destinados aos estados bem como na associação com empresas privadas. Cabe ao Poder Legislativo a responsabilidade de fiscalizar a efetivação das ações públicas e assim garantir a gestão da rede de esgoto. Ainda é primordial que o corpo civil pressione o governo a cerca dos seus direitos e garantias fundamentais, por meio de campanhas de mobilização social bem como na promoção de plebiscito isso em consonância com a divulgação de livros socioeducativos e propagandas que incentivem à busca do conhecimento, mediante ação da mídia.