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Enviada em: 04/10/2018

Com o progressivo avanço técnico e científico dos últimos séculos, surgiram novas concepções sobre a qualidade do meio habitacional. Hoje, entende-se que os moradores de determinado local sofrem prejuízos físicos derivados de doenças propagadas por um ambiente sem o devido saneamento, no tocante ao sistema de esgoto e tratamento da água utilizada para o consumo. Nesse contexto, o Brasil a pesar de ter um dos maiores produtos internos brutos do planeta ainda conta com mais da metade de seu território sem o saneamento básico adequado.        Tal situação é inadmissível, pois acomete principalmente comunidades de baixa renda, cuja situação financeira já os coloca em vulnerabilidade, quanto ao acesso à saúde de qualidade. A necessidade dessas pessoas de morar em locais insalubres, em geral com esgotos a céu aberto e sem água previamente tratada para o consumo, potencializa sua precária condição, a partir do grande número de bactérias patógenas que se desenvolvem no local, como a cólera, também ocorre a proliferação de muitos mosquitos, vetores de doenças variadas, algumas sem cura, como a doença de chagas. Fica evidente a extrema fragilidade da maioria da população frente ao descaso dos gestores estatais.        Essa conjuntura é incompatível com a riqueza da nação, suas raízes estão firmemente assentadas sobre uma má distribuição dos recursos financeiros, devido a falta de uma ação efetiva dos governantes em investimentos para levar o saneamento básico para todos os setores das cidades reflexo do descaso destes com seus eleitores. Agravado a situação, a prática sistemática de corrupção desvia boa parte do erário, que seria utilizado em demandas sociais, como o saneamento básico para contas bancárias particulares de políticos. Ambas as causas são fatores atuantes na ampliação das cruéis condições de vida da população mais pobre do país.        Deste modo, faz-se responsabilidade de ONG’s e da mídia jornalística divulgar para toda a população a situação de falta de saneamento em que vivem mais da metade dos brasileiros, as doenças propagadas pela situação, as condições que muitas vezes ferem os direitos humanos, assim como as causas político-administrativas, cujos efeitos perpetuam o cenário. Assim, a população de um modo geral poderá conscientizar-se da necessidade de utilizar o sufrágio para eleger representantes realmente atuantes nos problemas das comunidades carentes. De forma complementar, tais governantes devem estar comprometidos com o investimento no serviço policial investigativo, referente à corrupção, na punição judicial dos culpados e resgate das verbas desviadas com redirecionamento de parte para o saneamento básico.