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Enviada em: 15/10/2018

No século XVIII, a primeira revolução industrial estimulou o crescimento demográfico das cidades e consequentemente, a disseminação de doenças pela falta de adequadas condições sanitárias. Dessa forma, a negligência com o saneamento possibilita que parte da população brasileira experimente condições semelhantes a de tal período. Com efeito, o avanço social da modernidade é incoerente com a omissão pública na garantia de saneamento básico e dignidade de vida.   Em primeiro plano, o crescimento das cidades e a falta de planejamento do Estado contribui para o ineficiente sistema de saneamento. Nessa perspectiva, em 1890, o escritor Aluísio de Azevedo retratou em "O cortiço", as péssimas condições de vida dos moradores das estalagens cariocas. Desse modo, a denuncia do escritor brasileiro se mostra atemporal visto que, os cortiços foram substituídos pelas grandes favelas e bairros pobres que enfrentam problemas com limpeza, água e coleta de lixo, demonstrando a inércia do papel governamental em solucionar o problema.    De outra parte, as políticas de higiene social já instaladas no Brasil são colocadas em segundo plano, inviabilizando a oportunidade de prevenção de doenças. A esse respeito, Florence Nightingale, considerada precursora da enfermagem, entendia que o saneamento e cuidado com o ambiente de desenvolvimento das relações humanas estava diretamente associado a proliferação de doenças. Nesse viés, a falta de estimulo governamental à ações de coleta e descarte adequado de lixo, transposição de esgotos, tratamento de água e limpeza urbana, ocasiona aparecimento de graves doenças, contribuindo diretamente para o super gasto com o tratamento dessas enfermidades.    Fica claro, portanto, que uma sociedade em desenvolvimento pressupõe saneamento adequado para toda a população. Dessa forma, é necessária a ação governamental em parceria municipal para adequação de obras públicas que visem o melhoramento sanitário das população mais carentes, investindo em locais para deposição de lixo e estações de tratamento de água. Ademais, é importante a ação conjunta do Ministério da Saúde e Educação na criação de campanhas de educação voltada para a higiene pessoal e pública, visando o conhecimento social sobre a importância dessa ação. Procedendo, assim, uma sociedade em pleno avanço.