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Enviada em: 15/10/2018

No livro “O cortiço”, de Aluísio Azevedo, os moradores desse lugar inóspito, como sugere o título, tinham de conviver com a falta de saneamento básico, que ocasionava focos de doenças. Essa narrativa se passa em meados do século XIX no Rio de Janeiro, porém nota-se que os problemas de saúde pública de 200 anos atrás ainda assolam o Brasil. Os desafios da saúde pública no país vão desde a falta de estrutura e planejamento governamental até as ações de cada indivíduo na sociedade e quando somados expõe-se o atraso no qual vivemos.      Uma das bases da saúde pública e coletiva, o saneamento básico, ainda não alcançou a todos os brasileiros, favelas, e tal fato fere o que é assegurado por lei na Carta Magna de 1988, o direito à saúde. Destaca-se então a falta de planejamento de políticas públicas, que por vezes desprezam a prevenção das doenças e dão enfoque somente na estrutura e manutenção de hospitais, postos de saúde e ainda assim é frequente os noticiários reportarem muitos casos de hospitais públicos a beira do óbito. Ou seja, com o colapso das bases é impossível alcançar o desenvolvimento e se equivaler aos países de primeiro mundo com saúde gratuita, como o Reino Unido.       Outro desafio da saúde pública são os próprios brasileiros como vemos no movimento antivacina (pessoas que se recusam a serem vacinadas e a vacinar seus filhos/dependentes). Esse, sem base científica, contribui para o atraso brasileiro, uma vez que o Ministério da Saúde disponibiliza gratuitamente vacinas contra várias doenças e as pessoas se recusam a tomá-las com justificativas religiosas ou por medo que foi gerado por meio das "fake news" viralizadas em redes sociais.        Portanto, com tantos desafios a serem superados, é fundamental que o Ministério da Saúde, em conjunto com o Ministério de Obras Públicas , foquem em políticas públicas para erradicar a falta de saneamento básico brasileiro, a começar por lugares como favelas e cortiços ainda existentes, assim como restaurar hospitais públicos que estão em processo de falência ou falidos. Isso com o apoio da verba destinada aos ministérios e parcerias com empresas privadas, utilizando-se de incentivos fiscais. Com o apoio das mídias, o Ministério da Saúde e da Educação podem promover propagandas que informem a população sobre as vacinas e a existência das "fake news", para que todos consigam identificá-las e o principal, que não acreditem nelas. Realizando-se isso, alguns desafios da saúde brasileira serão sepultados e iremos de encontro ao progresso estampado em nossa bandeira.