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Enviada em: 12/10/2018

Roubo demais, política demais, tristeza demais.       Sob a perspectiva histórica, o Brasil não foi colonizado sobre bases preocupadas com a saúde e o saneamento básico. Esse panorama foi trazido à tona em 1904 com a Revolta da Vacina e mesmo após muitas modernizações e avanços no país, as cidades ainda sofrem com a falta de saneamento. Diante disso, é importante destacar dentro da temática o papel dos desvios dos recursos financeiros e das medidas parlamentares sobre as pesquisas científicas .       Em primeiro plano, é válido ressaltar a existência de grandes desvios dos recursos destinados ao saneamento. Nesse contexto, a Controladoria Geral da União (CGU) e o Ministério da Transparência divulgaram que 70% das redes de corrupção e fraude envolveram nos últimos 13 anos o uso dos recursos federais destinados à saúde e à educação dos municípios. Tal realidade assusta pela falta de consciência e empatia daqueles coniventes e partícipes desse crime, pois na cabeça de tais pessoas as mortes infantis, as doenças e as condições insalubres de vida são insignificantes. Assim, muitos brasileiros continuam sem acesso ao saneamento básico mínimo enquanto os criminosos desviadores continuam sem uma punição justa .         Em segundo plano, é notória a falta de apoio aos pesquisadores responsáveis por mapear as regiões, listar os problemas e as possíveis soluções. Sob tal ótica, foi decretado em 2018 uma emenda que congela os gastos com saúde, educação, ciência e tecnologia por 20 anos. Nesse sentido, os alunos de pós-graduação são responsáveis por produzir material rico em informações sobre inúmeras regiões do país, o qual é utilizado pelos órgãos governamentais para a destinação de verbas e recursos e na prática seria quase impossível de se obter dado o tamanho do país. Desse modo, a ação aprovada além de comprometer os vínculos de pós-graduação e seus retornos para o país, também afeta os brasileiros que dependem do olhar mais próximo.       Portanto, são necessárias medidas para reverter esse quadro de impunidade e de inadequação das medidas governamentais. Assim, cabe ao Legislativo, votar e implementar leis punitivas mais severas para os envolvidos nos crimes de desvios de recursos, como aumentar o prazo de inelegibilidade e tornar a fiança um processo mais duradouro e com destino à aplicação de mudanças na realidade local. Além disso, a população deve cobrar dos deputados eleitos posicionamentos a favor da educação e da saúde, bem como precisa pesquisar os projetos de lei aprovados e votados pelos candidatos e pelos eleitos antes de escolher seus representantes. Dessa forma, será possível eleger candidatos mais éticos e comprometidos com a solução dos problemas do país.