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Enviada em: 14/10/2018

Falta em meio a abundância A maioria das cidades brasileiras desenvolveram-se, durante o século XX, sem um planejamento urbano. Somado a isso, a ocupação dos centros pelas indústrias provocou o deslocamento da massa trabalhadora para a área periférica, sem infraestrutura habitacional. A exemplo, é possível considerar a cidade do Rio de Janeiro, cuja população, a partir da chegada da Família Real, em 1808, viu-se obrigada a deslocar-se para a periferia e ceder o centro da cidade para ocupação da corte. Como consequência, devido a falta de investimentos nas novas áreas de moradias, surgiram problemas como o precário saneamento básico nas regiões afastadas, herança que perdurará todo toda a história brasileira.       É importante pontuar a presença de enormes aquíferos no país, como o Aquífero Guarani. Portanto, com o direcionamento correto dos recursos hídricos, seria possível fornecer água potável para  a população brasileira. Contudo, não há esforços necessários para um maior aproveitamento dessa substância. Consoante a essa realidade, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), até 2050, somente 45% da população mundial terá acesso a água potável, e o Brasil não foge a essa estatística, haja vista a crescente contaminação da água frente ao despejo de resíduos urbanos. Esse descuido, mais tarde, poderá prejudicar o abastecimento de mais domicílios e atingir também o setor industrial.       Concomitantemente, segundo o relatório da Agência Nacional de Água, 45% das famílias brasileiras não contam com condições de saneamento básico em casa. Diante disso, o esgoto pode contaminar águas próximas à população e disseminar doenças como a esquistossomose. Há, portanto, a quebra do Contrato Social de John Locke, uma vez que o líder não reafirma os direitos básicos dos seus  governados ao não oferecer serviços que garantam o bem estar e a saúde da população.       Diante dos problemas decorrentes da falta de saneamento básico, faz-se necessário mudanças em relação a essa realidade. Primeiramente, o Estado deve investir mais recursos para o direcionamento dos esgotos de domicílio e indústrias para o local correto, a partir de impostos como o IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana). Ademais, o Ministério do Meio Ambiente deve intervir, a fim de proteger as fontes de água da contaminação de resíduos, ao cobrar do legislativo e executivo a constante fiscalização do destino das redes de esgoto para, em caso de descumprimento, aplicação de multa sobre o infrator. Dessa forma, os problemas de saneamento  serão atenuados e a população terá melhores condições de saúde.