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Enviada em: 15/10/2018

Na mitologia nórdica, Loki foi condenado a ficar eternamente preso em uma caverna com o veneno de uma cobra caindo constantemente em seu rosto. Todos os dias, sua esposa segurava uma bacia na tentativa de amenizar a situação do marido, conquanto era vencida pelo cansaço. Hodiernamente, esse mito assemelha-se à luta cotidiana de uma parcela da população que enfrentam sequelas de um insatisfatório saneamento básico. Nesse contexto, não há dúvidas de que essa dificuldade necessita ser discutida em prol de caminhos que possam combate-la.   A Constituição cidadã de 1988, garante por meio dos direitos sociais a universalização de qualidade das estruturas de higiene, todavia o Poder Executivo não efetiva esse direito. Consoante Aristóteles no livro “Ética a Nicômaco”, a política serve para garantir a felicidade dos cidadãos, logo se verifica que esse conceito se encontra deturpado no Brasil à medida que em muitos lugares uma parcela significativa fica à margem do descaso, em ambientes muitas vezes contaminados por inúmeras doenças. Em todo o território nacional verifica-se o mau uso das verbas destinadas a manutenção de esgotos e vias públicas, fazendo os direitos permanecerem no papel.   Idem, é relevante observar implicações que se perpetuam ao longo de gerações. Por conseguinte, a temática é fruto da invisibilidade pública, visto que os governantes priorizam obras de visibilidade para o seu governo, bem como construções de praças e viadutos, entretanto necessidades estruturais são negligenciadas. Dessarte, adicionam-se aos fatos supracitados caracteres atemporais e conducentes a permanência.   Conforme Comte, é necessário ver para prover, a fim de prever. Aliado ao exposto, é possível ver a seriedade do problema e prever sua continuação caso não existam medidas para solucionar o impasse. Em vista disso, urge ao Ministério da saúde, por meio de projeto-pilotos nos moldes do site Senado.leg na aba e-cidadania, que visem a maior participação social, alencado a realização de cobranças, a fim de unir propósitos satisfatórios.