Materiais:
Enviada em: 16/10/2018

Lavoisier afirmou que na natureza nada se cria, nada se perde, porém tudo se transforma. Infelizmente, nem sempre essa transformação é positiva e esse é o caso com a produção humana de lixo e resíduos. O saneamento básico consiste, dentre outras coisas, no abastecimento de água, tratamento de esgoto e manejo de resíduos sólidos. Dito isso, a ausência de boas práticas com esses processos é responsável por problemas como poluição ambiental e a proliferação de doenças parasitárias, para citar alguns.       Nesse contexto, é impossível pensar no pleno desenvolvimento de uma nação com baixos índices de saneamento básico, e o Brasil é um desses casos. Menos da metade do esgoto produzido aqui recebe tratamento e, dessa forma, o excedente é descartado diretamente em rios ou no oceano. Outrossim, quase 20% da população não possui acesso a água tratada. Esses são dados publicados pelo Instituto Trata Brasil que revelam a dimensão do problema, que expõe uma quantidade gigantesca de brasileiros aos riscos advindos da falta de saneamento.       Em 2015 na ONU, de forma ousada, o Brasil se comprometeu a universalizar esses serviços até 2030. Não se pode dizer que se trata de uma meta inalcançável, mas as dimensões continentais do pais decerto oferecem obstáculos a um empreendimento com essa envergadura. Não obstante, o governo precisa tomar medidas práticas para atingir esse objetivo, sob o risco de parte da população continuar a mercê do consumo de água contaminada e da vida à beira de córregos imundos em cidades cada vez mais poluídas.       Portanto, além do investimento direto em infraestrutura, o Executivo Federal deve criar políticas de financiamento para a abertura de poços e fossas sépticas pela própria população. Esse esforço pode ser realizado por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a fim de oferecer saneamento básico especialmente em áreas distantes dos grandes centros. É necessário também a redução do lixo produzido pelas famílias brasileiras, que podem se utilizar de práticas como a compostagem, para, assim, atenuar as consequências dos ciclos da transformação da matéria descritos por Lavoisier.