Materiais:
Enviada em: 17/10/2018

Segundo Zygmunt Bauman, a falta de solidez nas relações políticas, sociais e econômicas é característica da "modernidade líquida", vivenciada pelo sociólogo durante o século XX. E, no Brasil, quando se observa os desafios para melhorar o precário saneamento básico, verifica-se que essa ideia encontra-se ligada à realidade do país, seja pela falta de investimentos por parte do Estado, seja por fatores ligados à sociedade.       A princípio, é inquestionável que os aspectos governamentais estejam entre as causas do problema. Segundo o sociólogo positivista Émile Durkheim, o Estado é a instituição máxima que permite o bom funcionamento da sociedade como um todo, de forma que o equilíbrio seja alcançado. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a falta de investimentos rompe essa harmonia, uma vez que acaba prejudicando o abastecimento de água potável, favorecendo o surgimento de esgotos a céu aberto e prejudicando o bem-estar de comunidades que vivem nessas condições. Além disso, a precariedade de saneamento torna mais recorrente o aparecimento de doenças como esquistossomose (ligada a dejetos humanos em contato com a água consumida) na região.       Outrossim, destacam-se os fatores sociais como impulsionadores do problema. Durkheim define fato social como os instrumentos sociais e culturais que determinam as maneiras de agir, pensar e sentir na vida de um indivíduo. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que a população exerce um papel de suma importância no avanço das melhores condições de saneamento no Brasil, uma vez que a sociedade tem poder de mobilização de modo a cobrar dos governantes os seus devidos direitos.       É evidente, portanto, que medidas são necessárias para o combate à liquidez citada inicialmente. Dessa maneira, o Ministério das Cidades deve direcionar recursos humanos para as regiões mais precárias para que seja feita uma análise das condições de vida dos moradores ali presentes. Feita a análise, o próprio Ministério deve direcionar recursos financeiros para que sejam feitas todas as melhorias de infraestrutura da comunidade local. Tudo isso através da criação de políticas públicas com o objetivo de proporcionar melhor harmonia social com o ambiente e reduzir casos de doenças ligadas a falta de saneamento. Como já foi dito pelo pedagogo Paulo Freire: "Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda". Logo, o Ministério da Educação deve promover, nas escolas, atividades e projetos como ciclos de palestras e feiras de conhecimento que envolvam alunos e sociedade, de modo a abordar sobre tal problemática. Dessa forma, será possível construir indivíduos comprometidos com o bem-estar da sociedade.