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Enviada em: 26/10/2018

No livro A Gaia Ciência, Friedrich Nietzsche idealiza a teoria do “Eterno Retorno” e afirma que os fatos ligados à sociedade sempre irão se repetir. Análogo ao pensamento do filósofo alemão, essa realidade imediata perpetua-se com a falta de saneamento básico em muitas partes do Brasil, especialmente em regiões menos desenvolvidas, como o norte e nordeste. Deve-se destacar a responsabilidade não somente dos ínfimos investimentos do governo, mas também, da ausência de ações populares envolvidas por trás do tratamento e distribuição de água no Brasil.      A princípio, é importante destacar a influência governamental na questão do acesso à água potável e o tratamento de esgoto. De acordo com o artigo 5 do Constituição brasileira, cabe ao Estado o dever de manter a integridade física e moral dos cidadãos brasileiros. No entanto, seguindo os últimos dados, a ação legal encontra-se distante da efetivação, haja vista que uma grande parcela da população não tem acesso ao saneamento básico. Consoante ao exposto, a pesquisa do Instituto Trata Brasil mostrou que menos de 60% da população tem coleta de esgoto e apenas 45% possui o esgoto tratado, aumentando a incidência de doenças como por exemplo a esquistossomose, que ocorre quando os efluentes são depositados sem controle em rios e lagos.    Da mesma forma, evidencia-se o aspecto histórico como impulsionador do problema. Segundo Immanuel Kant, as ações são corretas quando o indivíduo adota uma perspectiva universal, isto é, com intenção de fazer o bem a todos. No entanto, de maneira análoga ao pensamento do filósofo, os ideais da sociedade encontram-se distantes no país e isso é claramente refletido na premissa do acesso universal ao tratamento de água. Destarte, cabe a população cobrar do governo o acesso à direitos básicos, porém, essa idealização não vem ocorrendo atualmente, e o reflexo está exibido no baixo crescimento dos índices de saneamento básico, que cresceu em todos os fatores, segundo o Instituto Trata Brasil, menos de 10% nos últimos 7 anos. Infere-se portanto a grande necessidade de melhorias no acesso à água e tratamento de esgoto no Brasil.     Para que isso ocorra, cabe ao Ministério do Planejamento direcionar investimentos e promover obras de estações de controle de efluentes e água, com o ideal principal de possibilitar o seu acesso pela população mais carente e necessitada. Ademais, é fundamental que a sociedade se mobilize por meio das redes sociais e criando movimentos que cobrem a devida melhoria desses sistemas, universalizando seu acesso. Afinal, poder-se-á construir, então, uma sociedade mais fiel aos princípios do Constituição, e portanto, contrariar a teoria de Nietzsche.