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Enviada em: 27/10/2018

Os efeitos da Segunda Revolução Industrial são muitos, mas dentre eles podemos destacar a urbanização, fenômeno que trouxe às cidades brasileiras um contingente populacional grande em um curto espaço de tempo. Desse modo, aglomerados urbanos foram gerados sem o mínimo de planejamento, o que culminou em problemas como a falta de saneamento básico e a ausência de canais de diálogos do Estado com a população pobre.   Em primeira análise, a falta de assistência pública deve ser considerada como um fator central na questão do saneamento, visto que sob a perspectiva do geógrafo David Harvey, no meio urbanizado existe uma dicotomia muito forte entre quem tem e quem não tem direito à cidade, isto é, instaura-se uma luta de classes contemporânea pautada na diferença de serviços prestados pelo Governo. Assim, não só a urbanização mal planejada mas também o descaso atual gera obstáculos para a concessão de direitos.    Dessarte, a supressão das vias de comunicação da camada mais pobre do Brasil com o Estado remonta um problema histórico que vem desde a colonização, que é a negação da cidadania para quem não tem recursos financeiros. Consoante a isso, Darcy Ribeiro defendeu que as elites brasileiras são enfermas de descaso e desigualdade, algo que se apresenta como uma das causas pra a escassez do debate com quem tem menos representatividade financeira.    Urge, portanto, que o Ministério da Integração Nacional articule um programa que unifique o país na causa do saneamento básico através de parcerias público-privadas e com os governos regionais, de modo que não sejam feitas apenas obras de infraestrutura, mas também campanhas educativas que estabeleçam o diálogo com os mais pobres por meio de Secretarias locais de educação. Dessa forma, os obstáculos supracitados para o saneamento básico no Brasil serão mitigados.