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Enviada em: 28/10/2018

A célebre obra teatral de Gil Vicente “O auto da barca do inferno” tem como principal desígnio, retratar as incoerências existentes na Idade Média através do julgamento moral, na qual, enfatiza as diversas hipocrisias sociais existentes. No presente, esse cenário se assemelha à postura ineficaz do governo em relação aos direitos básico no cidadão, que encontra-se corrompido, tendo em vista, as precárias condições de saneamento básico brasileiro em diversas regiões, que precisam de diretrizes eficientes para modificar esse cenário.   Mormente, é preciso dissertar que muitos foram os avanços conquistados pelo povo brasileiro ao longo dos séculos, englobando o direito de saneamento básico cabível a toda população, todavia, isso acha-se deturpado no Brasil hodierno, à medida que, muitas regiões, sobretudo as mais desfavorecidas pelo governo, não possuem um tratamento de água e de esgoto adequado para a sua sobrevivência, haja vista que, consoante Thomas Hobbes, é imprescindível que o Estado, instância superior e reguladora sobre todos, seja provedor de subsistência digna para seus cidadãos, logo, nota-se que essa ideologia ainda está distante da realidade brasileira, tendo em vista que, cerca de 43% da população brasileira vive em cidades sem tratamento de esgoto, evidenciando portanto, que a sátira de Gil Vicente ainda configura a realidade atual do Brasil.   Convém mencionar, ainda que, o precário saneamento básico brasileiro é substancial para o aumento de doenças e contaminação de alimentos, refletindo sobretudo, as taxas de mortalidade infantil, uma vez que, conforme dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) estima-se que cerca de 6% de todas as doenças do mundo são causadas por consumo de água não tratada e pela falta de coleta de esgoto. Nesse contexto, em consonância  Aristóteles, a poética deve ser responsável em conjunto com a justiça, pela busca do equilíbrio social, em vista disso, para que essa doutrina seja racional e igualitária, é inescusável que a sociedade tenha os seus direitos constitucionais assegurados.  Diante do exposto, para que a obra teatral se distancie da realidade brasileira, é mister que a Escola promova a formação de cidadãos instruídos e morais, para exercerem seu papel social, através de campanhas e manifestações democráticas a fim de despertar a gestão estatal para garantir o direito básico de vida. Ademais, cabe ao Governo Federal medidas para atender toda a população, por intermédio de maiores distribuições de verbas para a realização de obras, tal como, maiores investimentos em profissionais-como engenheiros- para criar projetos para que a falta de saneamento seja atenuado. Outrossim, os veículos midiáticos devem coadjuvar para despertar a população na luta pelos seus direitos garantidos por lei. Dessarte, poder-se-á garantir uma vida cabível ao corpo social.