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Enviada em: 03/11/2018

Policarpo Quaresma, o patriota de Lima Barreto, em seu "Triste fim" por ser perdidamente apaixonado pela pátria, enxergava o território brasileiro como o melhor lugar para se viver. Entretanto, hodiernamente, quando se observa a deficiência das medidas de saneamento básico, ainda muito recorrente na sociedade, devido não apenas a deturpada mentalidade social, mas também pela educação pública deficitária. Ante essa mácula, talvez, ele repensasse cuidadosamente a sua visão.       A princípio, vale ressaltar, que segundo o conceito da “banalidade do mal”, proposto pela filósofa alemã Hannah Arendt, referente a tolerância, banalização e normalização daquilo que é assumidamente antiético na sociedade. De fato, as inadequadas medidas sanitárias no país por serem um caso habitual, repetitivo e sem intervenção estatal eficiente produz um conformismo na mente de parcela considerável da população nacional, o qual aliena os cidadãos perante ao assunto e oculta a magnitude do fato.      Além disso, de acordo com o Fundo Monetário Internacional, o Brasil ocupa a nona posição na economia mundial. Apesar do alto potencial econômico, o sistema educacional público ainda não se mostra totalmente eficaz e tem como reflexo a ignorância de muitos estudantes. Visto que, na maioria das vezes, a falta de debates sobre o assunto dentro das instituições de ensino faz com que os jovens se mantenham com vieses estereotipados, fruto do senso comum. Desse modo, isso propicia o descarte indevido de dejetos por esse grupo agravando a problemática.      Logo, cabe ao Ministério da Educação criar um programa, ministrado por sanitaristas, para ser impulsionado nas instituições de ensino, o qual promova palestras, apresentações artísticas e saraus abertas ao público civil a respeito da importância de ações individuais sanitárias para mudar o cenário, dado que ações culturais coletivas têm imenso poder transformador, a fim de que, consequentemente, a comunidade escolar e a sociedade no geral se eduquem. Assim, poder-se-á criar um legado condizente ao ufanismo do Policarpo Quaresma.