Materiais:
Enviada em: 21/08/2019

A peste negra, uma das mais devastadoras pandemias na história da humanidade, assolou a Europa medieval e era resultado das péssimas condições sanitárias da época. De maneira análoga, é incabível que séculos depois o problema das condições precárias de saneamento básico ainda persista no cenário brasileiro hodierno. Todavia, analisar a falta de investimento por parte do governo e as dificuldades enfrentadas pelos cidadãos em reivindicar seus direitos faz-se necessário para que o problema seja atenuado.       Primeiramente, o governo negligencia as questões de saneamento básico na sociedade brasileira. Sendo assim, mesmo que o tal serviço seja assegurado pela Constituição de 1988, essa não é a realidade do país, uma vez que, segundo dados do Instituto Trata Brasil, mais de 35 milhões de brasileiros não possuem acesso à água potável e ao tratamento de esgoto. Sob essa óptica, lamentavelmente, esses dados revelam uma sociedade abandonada pelo poder público e longe dos ideais pregados pela Carta Constitucional.        Acresce-se a isso, a inércia da população na reivindicação dos seus direitos sociais. Diante dessa realidade, o desconhecimento da população frente os perigos e doenças, como é o exemplo de verminoses como a amebíase, corrobora a uma ausência de interesse por parte da população em lutar pelos seus direitos. Dessa forma, em consonância com o Filósofo Jean Jacques Rousseau, a falta de autonomia dos cidadãos pensantes resulta nas dificuldades da sociedade em progredir, principalmente no que diz respeito a reivindicar pelos seus direitos.        Torna-se evidente, portanto, as necessidades de melhorar o panorama atual do saneamento básico brasileiro. Para reverter tal cenário, é dever do Estado utilizar das verbas advindas dos impostos para fazer valer a Carta Constitucional. Desse modo, a utilização de caminhões pipas para levar água potável às regiões carentes é apenas uma medida paliativa. Assim, a construção de estações de tratamento de água e esgoto devem ser feitos em todos os bairros do país. Ademais, várias campanhas podem ser feitas através de campanhas nas redes sociais, escolas e unidades básicas de saúde informando a população sobre as necessidades de reivindicar seus direitos. Só assim, o Brasil irá se distanciar do ocorrido na Europa medieval.