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Enviada em: 07/03/2019

Na obra naturalista, O Cortiço de Aluísio Azevedo, a rotina dos moradores de um conjunto habitacional é retratada com comparações típicas do período literário, ou seja, o autor mostra como seres humanos vivem em meio ao lixo e esgoto como se fossem animais. Paralelo a isso, quase dois séculos depois, a realidade permanece a mesma em muitas cidades. Essas regiões necessitam urgentemente de serviços básicos para a melhoria da saúde pública, analogamente, os que mais sofrem desse descaso são os mais pobres, ressaltando assim a desigualdade que ainda persiste em nossa sociedade.       Outrossim, no Brasil, somente 45% do esgoto é tratado e mais de 34 milhões de brasileiros não possuem acesso à água tratada. Com esses dados da ONG Trata Brasil, é possível perceber a dimensão do problema exposto, o qual vai muito além das zonas rurais e afeta a qualidade de vida de parte da população. Semelhantemente, os municípios que mais investem em saneamento são os que gastam menos com saúde pública, essa ligação direta é um exemplo de como o não cumprimento dos direitos básicos afeta não somente o povo, mas também as finanças federais. Ademais, o consumo de água não tratada e o constante contato com esgoto causam inúmeras doenças, acometendo, principalmente, os mais novos, gerando evasão escolar e configurando um problema na esfera social.       Contudo, infelizmente, a evidente problemática não carrega consigo uma solução fácil e rápida, porquanto, qualquer medida que visa reverter esse quadro barra na burocracia governamental de prioridades, além do grande investimento requerido para as obras. De certo que, a infraestrutura necessária demandaria um esforço de construir estações, conectar canos, além de consertar tubulações. Por outro lado, se não ocorrerem mudanças em prol da universalização dos serviços, os níveis de contaminação de rios, lagos, aquíferos e lençóis freáticos aumentará progressivamente, afetando a vida marinha e humana.       É imprescindível, portanto, a atuação do Governo Federal, em parceria com os estados e municípios, na burocracia e direcionamento de investimentos, através de campanhas de arrecadação e modificação de prioridades orçamentárias, para criar ou reparar redes de esgoto e de abastecimento, além de melhorar a drenagem pluvial em vias urbanas, para que haja um fornecimento efetivo de qualidade de vida para a população. Em síntese, a melhoria depende também da educação, as Escolas devem trabalhar em sala de aula, sobre os prejuízos que a falta de conscientização acarreta para o meio ambiente quando há o manejo inadequado de dejetos, através de oficinas de arte, canto e dança, visando integrar na sociedade, futuros cidadãos comprometidos com o planeta.