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Enviada em: 02/06/2018

No início do século XX, a fim de extirpar o surto de tuberculoso e varíola no Rio de Janeiro, o Governo Federal instituiu uma política de modernização da então capital e de vacinação da sua população. Hodiernamente, contudo, embora o acesso à saúde seja um direito de todos, o pais ainda enfrenta desafios para o tratamento de dependentes químicos, seja pela insuficiência de medidas políticas, seja pelo alheamento midiático.        A priori, é imprescindível pontuar o grande feito do Governo federal em ter disponibilizado cerca de R$90 milhões de reais no primeiro trimestre de 2018 para o tratamento de cerca de 20 mil dependentes químicos. Não obstante, em um país com aproximadamente 1,2 milhão de jovens e adultos viciados apenas em cocaína, segundo dados da Universidade de São Paulo, tal montante torna-se irrisório. Dessa forma, dificulta o acesso dessas pessoas aos meios de tratamento adequados e, por conseguinte, rompe o princípio constitucional de direito à saúde tal como previsto no artigo 5.      Cabe pontuar, outrossim, que a indiferença midiática às causas sociais é um entrave para a resolução definitiva dos desafios concernentes ao tratamento de viciados no Brasil. Isso se dá, pois, por mais que o grande consumo de drogas licitas e ilícitas, no país, seja um caso de saúde pública, os meios de comunicação, alinhados aos interesses de mercado, quase nunca informam ou difundem notícias a respeito da nocividade desses produtos aos indivíduos, tornando-os, assim, mais suscetíveis ao contato e, por ventura, o vício, o que vai de encontro aos dizeres do médico e apresentador Drauzio Varella, de que o melhor tratamento para as drogas é a conscientização através dos meios de comunicação.      Infere-se, destarte, que há embargos relacionado ao cuidado de dependentes químicos no Brasil. Logo, o Poder Executivo, mediante recursos financeiros arrecadados pela Receita Federal, deve financiar e criar novas clínicas de reabilitação para viciados em tóxicos, com o fito de acolher e ajudar essas pessoas da melhor maneira possível. Ademais, é precípuo que o Ministério da Cultura, através do espaço midiático, elabore e difunda informações sobre a nocividade das drogas lícitas e ilícitas para o indivíduo e para a sociedade, objetivando conscientizar a população sobre a importância de se manter afastada de tais elementos e resolver efetivamente os desafios do tratamento de dependentes químicos no Brasil.