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Enviada em: 06/06/2018

De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil é o segundo maior consumidor mundial de drogas, atrás apenas dos Estados Unidos. Tal dado é alarmante e tem como grava consequência os dependentes químicos, que em muitos casos se agrupam em ruas de grandes cidades, em pontos de venda e consumo de drogas, e sofrem constantes ações truculentas do poder público, seja através da violência policial ou de internações compulsórias.    Dessa forma, grandes aglomerações de pessoas, viciadas em drogas, se formam em locais de grandes cidades, são as chamadas "cracolândias", onde acontece variadas situações degradantes devido ao vício, desde furtos e assaltos até prostituição e estupros. São lugares totalmente insalubres, onde muitos usuários inclusive residem na rua onde usam drogas diariamente.    Sendo assim, na tentativa de coibir esses enormes pontos de drogas, o Estado toma diversas providências totalmente ineficazes, como ocorreu na cidade de São Paulo, em que a prefeitura demoliu diversos prédios onde moravam viciados, e o pior: com muitos ainda dentro, o que causou uma grande quantidade de feridos pelos escombros. Outra ação que é cotidiana é a coação policial, que atiram balas de borracha e bombas de efeito moral em direção aos dependentes químicos, sem nenhum motivo aparente.    Além disso, outra situação degradante sofrida por quem é viciado em drogas são as internações compulsórias, que além de privar o ser humano de sua liberdade, interna-os em clínicas, muitas vezes, precárias, como afirmou o Ministério Público em 2012, que apenas em Alagoas, dezenas de casos de tratamentos para dependentes químicos ocorriam de forma sub-humana, e por isso, a maior parte retornava às ruas.    É necessário, portanto que o Estado pense nas pessoas em si, e não em uma estatística simples de drogados, para isso, é imprescindível que acaba-se as internações contra a vontade dos usuários e sejam criadas clínicas móveis que irão direito aos locais de consumo mais movimentados e lá ofereça os remédios que são precisos para acabar com o vício aos poucos, sem radicalização para não assustar o dependente e ele abandonar o tratamento. Isso tudo é fundamental para resgatar a dignidade daqueles que viviam esquecidos devido ao vício.