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Enviada em: 30/05/2018

O autor José Saramago, na obra ensaio sobre a cegueira, demonstrou no como os problemas sociais podem tornar-se em uma bolha na qual o ser humano não enxergue a dificuldade do próximo. De maneira análoga, os desafios para o tratamento dos dependentes químicos se da por omissão do Estado. Desse modo, a marginalização desse grupo, bem como um sistema de saúde precário exemplificam isso.  Primordialmente, o escritor Gilberto Dimenstein dizia que as leis brasileiras funcionam apenas na teoria. Por conseguinte, direitos constitucionais- como a saúde de qualidade- ficam apenas na teoria e não na prática. Destarte, devido a omissão do Estado, os dependentes químicos são marginalizados e não são enxergados pela sociedade. Consequentemente, essa exclusão torna-se um grande desafio para o tratamento desse grupo. Logo, a obra O cortiço, de Aluízio Azevedo, já exemplificava como as minorias são excluídas socialmente e o Estado negligencia isso.   Ademais, zygmunt Bauman, em modernidade líquida, trazia a questão do individualismo humano. Nesse contexto, os dependentes precisam ser enxergados e necessitam de tratamento. Entretanto, o sistema de saúde pública brasileira necessita de investimentos para receber essas pessoas. Sendo assim, os poucos investimentos na saúde distanciam o Brasil da Alemanha- que, de acordo com o site G1, acabou com sua "cracolândia" por via de investimentos na saúde e reconhecimento do dependente como um doente que precisa de ajuda.   Portanto, indubitavelmente, a omissão do Estado intensifica os desafios para recuperar os dependentes. À vista disso, o Estado deve realizar parcerias com Ongs para dar suporte aos usuários de drogas, por meio de auxílio psicológico gratuito e por via da ida de assistentes sociais até o local onde os usuários se abrigam, com o objetivo de oferecer tratamento. Outrossim, o investimento monetário no sistema de saúde é imprescindível para a solução do impasse. Assim, quiçá, o impasse das drogas deixará de ser uma cegueira.