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Enviada em: 31/05/2018

A cidadania, na Grécia Antiga, era concebida por intermédio da participação política na ágora, na qual os cidadãos expressavam-se igualmente mediante a universalidade do direito à palavra. Mas, transcorridos séculos, tal conceito adquiriu nuances pejorativas, visto a profunda conexão, no cenário brasileiro, entre política e corrupção. Nesse sentido, o tratamento de dependentes químicos no Brasil torna-se um desafio, cujas raízes necessitam-se depreender.               Aristóteles, filósofo grego, ao redigir Política, importante obra para compreensão da democracia grega, define o ser humano como indivíduo naturalmente político. Entretanto, ao checar tal definição na programação de entretenimento dos brasileiros, nota-se um fator importante: a nação do futebol é alheia aos assuntos debatidos no Congresso. Assim, a criação de pautas que objetive a redução de dependentes químicos perpassa profundos entraves, tendo em vista a passividade política de muitos.                     Concomitante à alienação política, a formação educacional é outro grande obstáculo. O pedagogo Paulo Freire, em A Pedagogia do Oprimido, discorre acerca do caráter purificador da educação, a ditar: "quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.". Dito isso, postula-se a necessidade de investimentos na infraestrutura de ensino, haja vista que deve ser mais importante para o Estado instruir os cidadãos como também dá-lhes estímulos à prática da lei. Infelizmente, a pedagogia governamental produz indivíduos exaustos do quadro negro e do giz, mas que procuram enganosas oportunidades no mundo das substâncias químicas.                          O exercício da cidadania é, portanto, a justaposição entre política e educação. Destarte, para combater a dependência química no Brasil, cabe ao Governo investir em campanhas e projetos de reeducação, mas também em centros de tratamento por intermédio da divulgação nos mais distintos meios de comunicação, com a abertura ao apoio de entidades e da comunidade civil, as quais, por meio de palestras e trabalhos voluntários, possam contribuir na reabilitação dos cidadãos enfermos, no intuito de erradicar tal mazela do âmbito social brasileiro.