Materiais:
Enviada em: 31/05/2018

Consoante Aristóteles, a felicidade é alcançada a partir de uma vida virtuosa – na qual se preconiza pelo equilíbrio. Todavia, para alguns indivíduos, essa só pode ser alcançada através do uso recorrente de drogas. Caracteriza-se, portanto, um quadro de dependência química. Essa problemática torna-se preocupante visto que cerca de 8 milhões de brasileiros são dependentes (Universidade Federal de São Paulo).Nesse sentido, cabe enfrentá-la com seriedade, evitando os estereótipos e recorrendo a soluções eficazes.        A estigmatização dessa questão no Brasil é um agravante do problema das drogas. O estereótipo do consumidor, o de alguém estritamente pobre, morador das periferias ou cracolândias, mascara a sua amplitude. Entretanto, no país o perfil do usuário é difuso: elas já avançam sobre as classes média e rica, o que ficou evidente em estudo realizado por pela Secretaria do Estado de São Paulo em 2009. Ademais, as 500 mil mortes causadas diretamente pelo consumo de drogas no mundo (Organização Mundial da Saúde) mostram o quão prejudicial elas podem ser para o organismo. Assim a ideia de um consumidor “marginal”, “drogado” deve dar espaço a uma séria política de combate.       Para isso, não é necessário “reinventar a roda” ou “liberar o uso para tudo e para todos”, mas sim, observar modelos consolidados e agir com moderação. Posto isso, o caso português é algo à ser replicado. Desde 2001 os lusitanos endureceram multas e criaram um sistema que facilita a reinserção social. Auxilio de psicólogos, assistentes sociais e a parceria com empresas – que disponibilizam vagas para os reabilitados – criou uma oportunidade para àqueles que são interceptados portando substancias ilícitas. Assim sendo, por uma política sem preconceitos, o dependente é encorajado a recorrer ao tratamento. Dados do governo português mostram que, desde de sua implantação, ela reduziu o número de infecções e de usuários.      Fica evidente, portanto, que a questão das drogas é um problema social e, por denegrir a integridade humana, deve ser tratado com seriedade. Nesse sentido, cabe ao poder público, através dos centros de referência especializado de assistência social, articular uma solução. Através dos recursos do Fundo Nacional de Antidrogas, seriam criados centros integradores de psicólogos, atuantes na reabilitação, e empresas, participantes na reinserção pelo emprego - espelhando-se no modelo português. Assim, os desafios poderão ser mitigados e uma política social eficaz será construída.