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Enviada em: 04/06/2018

É de conhecimento geral que, atualmente, a dependência química é um dos problemas mais evidentes na sociedade brasileira. É mediante tal questão que muitas pessoas desenvolvem quadros graves de problemas de saúde, como a depressão e a insuficiência motora. Nesse contexto, é indispensável salientar que o pouco investimento nos setores sociais - educação e saúde - está entre as causas da problemática. Diante disso, vale discutir a administração pública para com o tratamento de dependentes químicos e a importância da educação para a evolução da sociedade, bem como a atuação do Estado de modo a tentar solucionar tal impasse.    Em 2012, a prefeitura de São Paulo criou um projeto de tratamento compulsório para dependentes químicos. No entanto, esse programa não foi eficaz. O governo paulista não considerou os motivos que fizeram com que as pessoas começassem a usar drogas - desigualdade social, pouco acesso à escolaridade e aumento da depressão. Aliado aos problemas supracitados, a proibição do uso de drogas cria um mercado ilegal extremamente lucrativo, no qual o Governo Federal não é capaz de fiscalizar. Seguindo essa linha de raciocínio, o sociólogo Roberto DaMatta defende a ideia da viabilidade de investimentos nos setores educacionais seguido da diminuição da repressão ao uso de drogas, pois assim o tráfico de drogas seria desarticulado. De maneira análoga, é possível perceber que, por falta de administração e de fiscalização pública por parte de algumas gestões, muitas pessoas continuam dependentes químicas.      Outro ponto relevante nessa temática é a função da escola para o desenvolvimento da sociedade. Nesse sentido, o educador Paulo Freire sustenta o pensamento de que se a educação não pode transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Um exemplo disso acontece nas regiões marginalizadas das periferias, onde o acesso à educação é limitado e, consequentemente, muitos jovens tornam-se dependentes químicos. Nessa ótica, estudos do Instituto de Pesquisas da USP indicam que se o investimento em educação fosse maior, o Brasil gastaria menos com a manutenção de presidiários. Assim, surge a necessidade de revisar o papel do Estado frente a essa problemática.    Fica evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um país melhor. Para isso, o Ministério do Desenvolvimento Social deve elaborar projetos que visem a recuperação dos dependentes químicos, de forma a oferecer qualificação profissional, oportunidades de empregos e acesso à educação. Com isso, dependentes químicos serão beneficiados com a oportunidade de reinserção social. Com tais medidas, será possível, por fim, recuperar de maneira eficaz os dependentes químicos.