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Enviada em: 01/06/2018

No Brasil, o consumo de drogas representa um gravíssimo problema político, relacionando-se com diversas problemáticas sociais, como a sustentação do tráfico de drogas, a fomentação da criminalidade e o crescimento dos dependentes químicos. Este último merece destaque, já que é amplamente banalizado e ignorado pela sociedade brasileira, sendo tratado com descaso e preconceito. Assim, o país enfrenta um ambiente hostil para a implementação eficiente do tratamento de dependentes químicos, conservando-se o cenário calamitoso em que se encontra essa questão de saúde pública.    Tal circunstância deteriora-se com a indiferença da população acerca da temática. A dependência química sempre foi tratada com assunto secundário, nunca havendo soluções cabais, apenas respostas provisórias que levam a lugar algum. A exemplificação máxima dessa atitude é a Cracolândia, sendo o reflexo incontestável de uma sociedade doente, a qual marginaliza seus cidadãos doentes, fechando seus olhos para uma triste realidade.    Além do mais, não bastando a omissão, ainda existe o pesado preconceito que circunda a figura do usuário de drogas. A maioria dos brasileiros enxerga os doentes químicos como criminosos e vagabundos, depositando neles toda a responsabilidade de uma complexa crise social. Este pensamento simplista dificulta a suscitação do debate e do diálogo, impedindo uma análise criteriosa sobre o tema, além de abrir espaço para políticas e intervenções agressivas, como a internação à força dos usuários.    Assim, torna-se evidente a urgente necessidade do acolhimento dos dependentes abandonados. Para tanto, é indispensável uma mobilização conjunta da sociedade para a solução dessa lamentável situação. Por parte do Estado, exige-se uma maior articulação deste com ONGs, igrejas e entidades afim de ampliar a atuação na comunidade, além de fortalecer as leis que combatem e regulamentam o uso de drogas, visando à redução de novos dependentes. Por parte da população, necessita-se uma conscientização abrangente, disseminando através dos meios de comunicação, a periculosidade desses entorpecentes e a importância do acompanhamento familiar no tratamento. Dessa forma, cria-se um ambiente digno e humano para o acolhimento dos enfermos.