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Enviada em: 02/06/2018

O uso de drogas é uma prática humana milenar e faz parte da identidade cultural de muitos povos.Porém,quando esse uso gera um quadro de dependência química,a questão assume um caráter de problema social.Na atual conjuntura brasileira o tratamento e combate à dependência química estão comprometidos, o que se deve a fatores como a existência de um contexto social desigual restritivo e às políticas de drogas ineficientes.     Um especialista em drogas,Carl Hart,demonstrou experimentalmente que ratos solitários em uma gaiola e submetidos a injeção de entorpecentes têm maior tendência ao vício em comparação aos engaiolados com outros ratos e opções de tarefas.Desse modo,quando analisamos o perfil dos brasileiros usuários dependentes,podemos fazer uma analogia com os ratos solitários do experimento,pois são,majoritariamente,pessoas solteiras,desempregadas,com problemas familiares e baixo nível de escolaridade.Evidenciando,portanto,a estreita relação entre desigualdade de oportunidades e a propensão  à dependência química.     Outro fator adensador dessa problemática é a vigência de uma política de drogas pautada no medo e não na informação. A criminalização das drogas é onerosa aos cofres públicos e tem se mostrado pífia,pois a violência urbana,as desigualdades e as crackolandias são uma crescente.Além disso,apenas 10% dos usuários tendem ao vício,o que mostra que o dinheiro gasto com a proibição poderia financiar o tratamento e  combate à dependência pautado na conscientização sobre os males que esses tóxicos promovem.Dessa forma,a ciência de que as drogas podem gerar depressão,convulsões,esquizofrenia,dentre outros pode impactar de forma mais eficiente em comparação à "proibição pela proibição".    Evidenciam-se,portanto,significativas dificuldades para tratar e evitar a dependência química no Brasil.A fim de tratar os viciados,as prefeituras municipais devem promover a ressocialização e a capacitação desses indivíduos por meio da construção de instituições que acolham dependentes e não os tratem como marginais e doentes.Essas fundações devem oferecer cursos técnicos que preparem os internos para o mercado de trabalho,além de acompanhamento psicológico e atividades de lazer.Diminuindo,assim,as chances desses cidadãos optarem pelas drogas.Além disso,a secretaria de políticas sobre as drogas deve se comprometer a conscientizar  o maior número possível de usuários nas crackolandias acerca dos danos orgânicos e sociais aos quais estão propensos,podendo ser feito por meio de palestras,cartilhas e peças teatrais em associação a ONGs que atuem nesse vies.Dessa forma,tratados,esses cidadãos poderão desenvolver suas potencialidades.