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Enviada em: 04/06/2018

A busca pela moderação       Na cultura grega clássica, anterior a hegemonia do cristianismo no ocidente, o conceito de pecado inexistia, dada as características humanas e imperfeitas que os deuses louvados possuíam, portanto a filosofia que nasceu no local é pautada pela ausência de proibição e busca pela moderação. Por outro lado, o vício, que representa a total falta de moderação, é uma problemática do mundo contemporânea e, no Brasil, o tratamento de dependentes químicos deve consistir na quebra de tabu em relação as drogas e o debate sobre a eficácia da proibição.       É relevante esclarecer, que o efetivo combate às drogas foi encabeçado pelos Estados Unidos da América, após o fracasso da lei seca que proibiu o consumo e a circulação de bebidas alcoólicas no país. Por consequência, o uso de certas substâncias alteradores de consciência se transmutou em crime e tabu, o que não impede que os indivíduos as utilizem, mas dificulta que o façam de maneira moderada e com o máximo de informação possível. Além disso, outro efeito colateral, é a exclusão dos dependentes, socialmente tidos como cidadãos de segunda categoria e de moral degenerada.       Outro fato que deve ser abordado, é a eficácia da proibição como forma de lidar com as drogas, pois, como pode ser observado em diversos países - Holanda e alguns estados americanos, em relação a maconha- a legalização ou descriminalização é uma alternativa que pode ser produtiva. Assim sendo, é interessante trazer o debate a realidade brasileira, já que, a receita economizada em segurança pública, pode ser revestida em medidas que visem reabilitar os dependentes químicos, de forma que os mesmos possam voltar a exercer plenamente seus papéis sociais.        Em conclusão, de forma a atingir a moderação pregada pela filosofia grega e alcançar a síntese entre debate e quebra de tabu em relação às drogas, no intuito de beneficiar os dependentes, medidas devem ser tomadas. Portanto, ONGs, por meio de de passeatas e panfletos, devem difundir informações a respeito das drogas com o intuito de desmitificar e ruir preconceitos contra os dependentes. Em outra frente de ação, o poder legislativo deve, através de um plebiscito online, questionar a atual criminalização das drogas, a fim de estimular o debate da sociedade civil a respeito do tema.