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Enviada em: 05/06/2018

Mitificando a dependência      No século XVIII, a China declara guerra à Inglaterra, em razão da atribuição da culpa pelo vício de milhares de chineses em ópio, resultando na preocupação do país asiático. Nesse sentido, o Brasil encontra-se em um mesmo cenário de conflito perante a dificuldade de tratar dependentes químicos, que vai ao encontro com a ausência de políticas públicas eficazes, bem como com o existente conflito entre a responsabilidade do Estado e o livre arbítrio do ser humano.     Em primeira análise, a escassez de projetos governamentais voltados ao dependente químico proporciona um cenário de desassistência, o qual é preponderante ao hodierno contexto. Face ao exposto, vale destacar o caso da Holanda defronte a criação de espaços reservados à viciados, concomitante fornecimento de serviços básicos de saúde e assistência social, provocando a redução de mais de 25 porcento do número de dependentes, de acordo com o jornal O Globo. Desta forma, fica evidente que diante de políticas públicas eficazes, a recuperação é conquistada.      Outrossim, o embate entre o dever do Estado e o livre arbítrio de todo ser humano é um dos principais fatores que dificultam o tratamento, o qual o lado humano deve ser sempre considerado. À vista disso, vale ressaltar a ideia do filósofo francês Jean Paul Sartre, o qual afirma que a liberdade é a a maior responsabilidade do cidadão. Ademais, seguindo os princípios da Carta Magna do país, é obrigação do governo fornecer as bases para a tentativa de recuperação, favorecendo para que o indivíduo encontre meios para abandonar o vício por vontade própria.         Diante dos fatos mencionados, é notória a inevitabilidade de mudanças a fim de proporcionar uma expectativa de melhorias. Para isso, cabe ao Governo Federal, representado por uma parcela de Ministérios, a criação de um programa nacional, que tenha como meta um tratamento humanizado e eficaz de dependentes químicos a partir da promoção de visitas constantes de agentes sociais para o fornecimento de auxílios e informações, como também a disponibilização de consultas psiquiátricas e psicológicas em postos de saúde móveis instalados em pontos estratégicos. Com isso, tem-se a possibilidade de mitificar esta problemática e, assim, permitir que os desafios sejam mínimos.