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Enviada em: 08/06/2018

Educação e fiscalização: as duas maiores armas no combate à dependência química        Os prejuízos cognitivos que os usuários de drogas sofrem se dão a médio e longo prazo, os prejuízos causados pela violência resultante do tráfico são emergentes. Até que um dependente químico procure um centro de reabilitação, muito sangue já rolou, mesmo que indiretamente, sob suas mãos. Quem compra drogas ilegais colabora com a morte e exploração de milhares de inocentes ao redor do Brasil.        No Brasil as cadeias estão lotadas de infratores que tiveram como único crime o tráfico de drogas leves, como maconha e ecstasy. Não é preciso ser da vanguarda para perceber o que o filósofo Michel Foucault já afirmava no início do século XX: a prisão, em vez de devolver à liberdade indivíduos corrigidos, espalha na população delinquentes perigosos. O Brasil tem mais do que um problema de dependentes químicos, tem um problema de legislação. Se as pessoas abusam de drogas ilegais, é porque não há dificuldade em consegui-las.        O Estado gasta com o combate ao tráfico quase tanto quanto gasta com saúde e educação, sem mencionar que manter um presidiário é mais custoso do que manter um aluno na escola pública. É justo que a educação forneça renda para o Estado através da arrecadação de impostos enquanto o comércio de drogas fique imune a isso? Se a população quer usar drogas, então que ela mesma mantenha seu vício, e que o Estado tenha controle sobre isso.        A fim de aumentar as verbas para o tratamento de dependentes químicos e reduzir os efeitos que os presídios inflados têm sobre os presidiários, O Governo deve legalizar drogas de efeitos mais leves, e sobre elas aplicar impostos que servirão para manter a fiscalização daquelas mais pesadas. Além disso, o Governo deve cobrar uma multa sobre aqueles que utilizarem drogas advindas de fontes ilegais. A multa deve ser bem calculada: alta o suficiente para descompensar o uso de drogas que não sejam de fontes limpas, mesmo que sejam mais baratas à primeira vista. Além disso, o Governo deve criar uma lei que obrigue os usuários a fazer um cadastro antes de receber o visto para a compra de drogas, de modo que se tenha maior acompanhamento dos mesmos e que eles possam ser convocados, sob pena de nova incidência de multa, a participar de palestras periódicas com o objetivo de assegurar que todos os usuários saibam as consequências daquilo que estão consumindo. Assim, haverá maior captação de renda para a criação de centros de reabilitação, e estes serão menos requisitados pois sobrará maior quantidade de verba para investir em educação, que é a arma mais poderosa para mudar o mundo - como bem disse Nelson Mandela.