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Enviada em: 13/08/2018

A partir do século XIX alguns vícios começaram a ser tratados como doença, como foi o caso do alcoolismo abordado como um problema de saúde pelo médico Benjamim Rush. A reabilitação é um processo delicado que exige cuidados específicos, embora, até então no Brasil o tratamento de dependentes é dificultado não só por faltar atendimento especializado como também por a dependência ainda ser tratada como um assunto de segurança e não de saúde pública.       A princípio, é inquestionável a deficiência do Brasil em unidades de atendimento especializado aos dependentes químicos. Desse modo, aqueles que ainda demonstram interesse em buscar ajuda ficam desamparados, visto que o país convive hoje com uma rede de tratamento pequena, precária e com profissionais pouco qualificados. De acordo com o próprio Ministério da Saúde, os leitos são insuficientes já que 6% da população sofre de transtorno mental grave decorrente do uso de drogas, e estão disponíveis apenas 11,5 mil leitos para essas pessoas.         Nesse sentido, a assistência aos dependentes é agravada por receber uma atenção maior da segurança pública que da saúde, uma vez que a principal instituição a lidar com viciados no país é a polícia. Por certo, a abordagem de usuários como criminosos não permite que eles recebam tratamento e possam ser reinseridos na sociedade, tendo em vista que a reabilitação busca resultados diferentes que a guerra às drogas vem apresentando. Para o coordenador da Fazenda da Paz, Célio Barbosa, tratar a dependência química é reorganizar o indivíduo por completo.      Dessa forma, o atendimento aos dependentes químicos é algo mais tangível a área da saúde pública, portanto, cabe ao estado transferir das instituições policiais e passar aos órgãos ligados ao Ministério da Saúde a responsabilidade de lidar com usuários. Assim, com investimento no SUS, e emendas para a ampliação de programas voltados ao atendimento de dependentes, como os Centros de Atenção Psicossocial, o país atenderia as necessidades da parcela da população refém do uso de drogas.