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Enviada em: 15/06/2018

Não é novidade que as instituições de ensino, as famílias e a mídia enfatizam a prevenção e o combate ostensivo às drogas. Entretanto, tal cenário não se repete quando se observa a realidade do viciado. Nessa perspectiva, o tratamento de dependentes químicos no Brasil encontra obstáculos tanto em aspectos sociais quanto em econômicos. Assim, torna-se imprescindível aplacar tamanha mazela da sociedade.       Em primeiro plano, faz-se necessário compreender os malefícios oriundos do preconceito com o dependente químico. Isto é, o brasileiro  enxerga esses indivíduos tal qual as personagens do conto "O Flautista de Hamlin" enxergavam os ratos de sua cidade, como uma praga a qual deve ser exterminada e afogada no esquecimento. Dessa maneira, majoritária parcela desses doentes acaba por ser vítima do descaso da sociedade, o qual minimiza as possibilidades de um tratamento adequado.       Além disso, é imperativo salientar os impactos da falta de visibilidade do tema sobre a infraestrutura das poucas clinicas de internação disponíveis no país. Nesse sentido, a lacuna deixada por semelhante negligência da sociedade impede a chegada de investimentos e doações, as quais, de fato, são responsáveis por preservar e assegurar um ambiente efetivo à recuperação dos dependente químicos. Consequentemente, o doente, ao buscar ajuda, encontra um ambiente inóspito cuja face o guia de volta à escuridão e ao frio do completo abandono nas ruas.       Depreende-se, pois, a urgência de reafirmara presença do Estado. Para tanto, tendo em vista a melhoria desse cenário, o Ministério da Saúde, juntamente ao Ministério do Desenvolvimento Social devem, inquestionavelmente, promover a divulgação, em rede nacional, das dificuldades sócio-econômicas enfrentadas pelas instituições que objetivam a recuperação de dependentes químicos. Ademais, a atuação do Ministério da Educação, também, é essencial, de modo que esse órgão governamental, sem dúvidas, precisa promover campanhas contra o preconceito para com esses indivíduos, os quais estão às margens da sociedade. Só, então, pela execução dessas medidas, os desafios que compõem esse quadro nefasto poderão ser transpostos.