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Enviada em: 17/06/2018

De acordo com dados do Ministério da Saúde de 2016 estima-se que um em cada três mil e oitocentos brasileiros tenha sido internado em clínicas de reabilitação por causa da dependência química. No entanto, tal problema de saúde carece de políticas públicas melhores aplicadas para se contornar os obstáculos no tratamento desses doentes no Brasil. Nesse sentido, denotam-se contrariedades, seja pela incapacidade do Sistema Único de Saúde, seja pela marginalização social.       Em primeira análise, o sistema de saúde vigente se mostra ineficiente no atendimento aos dependentes de álcool e drogas em todo território nacional. A respeito disso, um estudo publicado em 2010 pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo expôs as deficiências dos centros de atenção psicossocial (Caps.), ao identificarem a carência de profissionais especialistas em saúde mental em 70% das unidades. Ressalta-se, ainda, a necessidade de melhorias na infraestrutura de hospitais psiquiátricos e unidades de atendimento em grande parte dos municípios.         Outrossim, é importante pontuar a opressão sofrida pelos adictos por grande parte da população, a qual os veem, muitas vezes, como o grande mal da sociedade. Nessa conjectura, Michel Foucault, teórico social do século XX, ao desenvolver sua filosofia do poder, revelou a predisposição dos órgãos públicos – apoiados pelos cidadãos – em retirar do convívio social os indivíduos que não estivessem mentalmente saudáveis. Com efeito, percebe-se a permanência de tal pensamento, haja vista a falta de apoio popular às políticas de tratamento e reinserção dos doentes químicos na sociedade.         Evidenciam-se, portanto, significativos desafios para o tratamento de dependentes químicos no país. Para superá-los, o Ministério da Saúde deve, por meio de medidas provisórias, agilizar a implementação das políticas públicas já em processo, como o repasse de verba aos municípios destinadas a investir em programas de tratamento e a capacitação de profissionais da saúde e assistência social da rede de atendimento. A mídia e o Ministério da Educação, por sua vez, devem trabalhar em conjunto a fim de despertar a população para a importância de se cuidar de todos os membros da sociedade. Espera-se, com isso, avanços no tratamento desses doentes em nossa nação