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Enviada em: 18/06/2018

O uso de drogas não pode ser considerado um problema da modernidade, visto que, em 450 anos a. C. o historiador grego Heródoto já relatava a queima da Cannabis nas saunas, para promover o relaxamento dos frequentadores, além disso, há milênios plantas alucinógenas são utilizadas em ritos indíginas, assim, extinguir prática tão enraizada na cultura mundial requer politicas públicas efetivas e apoio social, demanda essa que não só o Estado, bem como, a sociedade deixam a desejar.  Em primeiro lugar, há somente 243 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) especializados no tratamento de dependentes químicos em todo o território nacional, ademais, de acordo com um pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Mecidina do Estado de São Paulo (CREMESP) acerca da eficiência dessas unidades revelou que 69,4%  apresentam carência de profissionais, em síntese, a falta de médicos especializados e a supervisão da evolução dos pacientes dificulta ainda mais o tratamento e reabilitação dos dependentes químicos já que um resultado eficaz necessita de um acompanhamento a longo prazo.  Igualmente, o descaso social e o preconceito são empecilhos para a inclusão dos dependentes como parte da sociedade, ao serem marginalizados se tornam "invisíveis" aos olhos do Estado e da população, ainda mais, pouco se fala sobre as drogas no meio familiar e nos meios de comunicação, esse "tabu" dá origem a uma desinformação sobre a problemática, por consequência, esse silenciamento da sociedade gera o deconhecimento por parte das crianças e jovens dos efeitos psicológicos e físicos do uso de drogas , a rejeição e criação de estigmas por parte do coletivo social, estreita muito mais os caminhos da ressocialização dos dependentes.   Portanto, para que o Brasil supere os desafios em relação ao tratamento de dependentes químicos, faz-se necessário a presença ativa do Estado, corrigindo os erros já existentes, como por exemplo, o deficit de profissionais especializados nos Centros de Atenção Psicossocial ( CAPS) , realizando concursos públicos para a admissão desses profissionais, destinando verbas para construção de clinicas de reabilitação, ainda mais, cabe ao Estado junto as "mídias televisivas" - grande meio de informação das grandes massas - a divulgação de campanhas de conscientização sobre os impactos psicológicos, físicos e sociais que o uso de drogas causam ao indivíduo e a comunidade. O educador brasileiro Paulo Freire afirmava que " Se a educação sozinha não transforma a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda." logo, o Ministério da Educação deverá ministrar palestras e debastes nas escolas tendo como temática as drogas para que as crianças também estejam bem informadas, estas são medidas que, a longo prazo, permitirão o Brasil ter altos índices de ex-dependentes químicos.