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Enviada em: 19/06/2018

O livro "O estudante" de Adelaide Carraro, narra a história de dois irmãos com futuros promissores, mas interrompidos pois um entre eles, corrompido pelo mundo da dependência, tem sua vida ceifada em um trágico desfecho familiar. Tal cenário, permeia a ficção e a realidade, pois o crescimento no uso de drogas em geral, revela que os esforços voltados atualmente ao combate e a prevenção à dependência não são suficientes.       No contexto social vigente, sabe-se que o desafio para o tratamento de dependentes químicos no Brasil é reverberado pelos inúmeros fatores relacionados ao seu uso. Entre eles, no entanto, salienta-se o social, visto-que de acordo com pesquisas da OMS em 2018, o número de internações por uso de drogas foi o maior no ano de 2012 em relação aos semestres anteriores, mesmo ano do ápice da crise econômica brasileira anunciada pelo IBGE. Sabe-se que essas substâncias promovem a sensação de fuga da realidade, dessa forma, esse impasse é apenas um sintoma de um mal maior: falta de perspectiva profissional, depressão e miséria.        Deve-se abordar, ainda, que tal problema deve ser tratado como um entrave social e da saúde pública e não só no âmbito da segurança, pois em análises do Pnud sobre o perfil dos frequentadores do "fluxo", em sua maioria, estão pessoas que perderam suas famílias, casas, empregos e amigos, além de já terem sofrido abusos em diversas áreas, mas que hoje, vivem nas ruas. Um exemplo é a Cracolândia, conhecida pelo contingente que ali reside. Sob alegação de promover a segurança, a gestão pública dessa região decidiu apenas expulsar violentamente os dependentes, contrariando a Política de redução de danos da ONU e OMS.       Com essas constatações, faz-se necessário que o Governo implante em todas as instituições estatais, assim como promover incentivos às privadas, ao uso de programas de atendimento psicológico para que as pessoas aprendam a lidar com épocas de recessões. É papel das instituições filantrópicas, a coordenação de programas como o PROERD nas escolas, como o intuito de conscientizar jovens e adolescentes a cerca dos perigos da dependência química. Á mídia, é fundamental a não divulgação de ídolos e formadores de opinião que influenciem tal prática potencialmente maléfica aos indivíduos e sociedade.