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Enviada em: 21/06/2018

"Devemos tratar os desiguais na medida da sua desigualdade". A relação de igualdade proposta pelo filósofo Aristóteles, faz-se esquecida no contexto dos dependentes químicos no Brasil, visto que a a marginalização e a exclusão estão presentes no cotidiano desses indivíduos. Não se pode negar que a precária distribuição de verbas para projetos de amparo aos dependentes potencializa a problemática, garantindo a permanência da invisibilidade desse grupo perante a sociedade.       Primeiramente, convém ressaltar os desafios ligados à gestão pública dos Estados e Municípios brasileiros. Apesar de terem sido criadas para atender a população, boa parte das clínicas públicas não recebem o auxílio necessário para o pleno funcionamento de seus serviços, inviabilizando a ajuda por falta de materiais e principalmente profissionais capacitados para atendê-los. Ademais, o medo de repressão e julgamento faz com que muitos usuários não procurem ajuda, aumentando o número de mortes e doenças ligadas ao consumo de drogas.       Cabe destacar, também, como a banalização do uso de drogas se mostra um entrave para o tratamento dos usuários. Dados do Ministério da Saúde revelam que mais da metade dos dependentes iniciou o vício no ambiente familiar ou no meio social no qual estão inseridos, muitas vezes movidos por incentivos de terceiros e a curiosidade sobre seus efeitos. Atrelado a isso, as escolas têm um papel fundamental na conscientização das crianças e jovens, fato que nem sempre é abordado em sala de aula.       Faz-se evidente, portanto, a urgência de alteração desse cenário a fim de garantir o acesso ao tratamento adequado. Nesse sentido, o Governo Federal por meio do Ministério da Saúde deve ampliar e aplicar recursos para a manutenção e criação de unidades de tratamento e acolhimento de usuários, com o intuito de retirá-los das ruas e inseri-los em um processo de reabilitação, possibilitando sua posterior volta à sociedade. Somado a isso, as escolas devem abordar o tema de forma clara e promover a conscientização dos estudantes, visando diminuir o consumo e a disseminação das drogas. Dessa forma, será possível proporcionar a igualdade prevista por Aristóteles e vislumbrar um futuro melhor para o país.