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Enviada em: 22/06/2018

Apesar de todos os esforços por equidade, a realidade em torno dos desafios para o tratamento de dependentes químicos no Brasil permanece paradoxal e caótica. A Constituição Cidadã, alicerce da democracia brasileira, é uma utopia diante da falta de comprometimento e de assistência do Estado na busca pela recuperação dos dependentes, que na sua maioria vivem em péssimas condições de sobrevivência. Desse modo, faz-se relevante a análise de duas vertentes fundamentais: a teoria dos rótulos e o amadorismo pertinente.        Circunscrita a essa realidade, o esfacelamento das bases sociais é evidente na proliferação das crises de representatividade em torno da teoria dos rótulos. Segundo o sociólogo norte-americano Howard Becker,  pessoas que vivem à margem da sociedade, como os dependentes químicos, absorvem rótulos que são impostos pela sociedade e se transfiguram no que são julgados. Fato este que corrobora para aumentar a descrença dos dependentes que na maioria dos casos julgam o tratamento  desnecessário e não acreditam na cura.        No mesmo viés, vem à tona a discussão de Sérgio Buarque de Holanda, sociólogo e historiador brasileiro do século XX, sobre o amadorismo pertinente que caracteriza uma sociedade baseada em arranjos incompletos que atacam as consequências e não as causas do problema em questão. Infelizmente, essa é a realidade no Brasil, as democracias atuam pela lógica do imediatismo, que ao invés de acabar com o problema acaba o acentuando, no caso dos dependentes químicos não é diferente.        Portanto, o poder público junto as polícias devem elaborar um plano de ação social e de saúde, que apresente de forma clara e objetiva qual o tratamento ideal para cada dependente, a quem deve procurar ajuda e destacar a importância do apoio familiar durante o tratamento. Além disso, a mídia tem papel fundamental na divulgação do plano de ação, espera-se com isso que diminua o número de dependentes químicos no país.