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Enviada em: 05/07/2018

As Revoluções Industriais, conjunto de mudanças iniciadas no século XVIII, e os avanços da ciência resultaram no desenvolvimento de uma influente indústria farmacêutica. O setor, no entanto, levou ao surgimento de drogas, lícitas e ilícitas, com grande poder de adição. No Brasil, elas são responsáveis por uma das maiores questões da saúde pública: a recuperação de dependentes químicos. Apesar dos esforços, as atuais políticas acerca do tratamento público direcionado a esse grupo tem se mostrado ineficazes devido, principalmente, a falta de suporte emocional e posterior oferecidos.    Segundo dados do Ministério da Saúde, ocorreram cerca de 387 mil internações para a recuperação do vício em drogas entre os anos de 2010 e 2015 no país. O alto número de pacientes impede que seja entregue um tratamento de acordo com as necessidades de cada indivíduo. A dependência química, em muitos casos, está diretamente relacionada a depressão e outros distúrbios psicológicos e emocionais. Isso exige um atendimento que analise e priorize o bem estar mental e sentimental de cada paciente, o que não acontece em decorrência da alta demanda, que limita a experiência a um processo impessoal, que gera uma recuperação, em muitos casos, apenas temporária, já que se trata do problema mas não da causa.     Ademais, o dependente químico também tem sua sobriedade ameaçada durante a etapa de ressocialização. Uma vez fora da clínica, é comum que o paciente retorne aos velhos hábitos, o que é causado pelas frustrações ao seu redor. O indivíduo enfrenta, por exemplo, a dificuldade de se reinserir no mercado de trabalho, culá da marginalização da condição de 'ex-viciado' perante a sociedade. Além disso, também é normal que lidem com a solidão pelo mesmo motivo, o que serve como um gatilho para a volta do uso de entorpecentes.        Sabendo disso, é preciso garantir um melhor tratamento e, consequentemente, mais chances de cura aos dependentes químicos no país. Primeiramente, o Ministério da Saúde deve ceder uma maior verba aos centros de reabilitação, o que deve ser investido na disponibilização de mais psiquiatras para que os processos sejam mais individuais e detalhados, com a diagnosticação de alterações psicoemocionais que possam motivar o vício e seus devidos tratamentos. Em outro aspecto, também é sua responsabilidade garantir que o ambiente ofereça atividades recreativas para ex-pacientes, de maneira a evitar a solidão para que a eficiência do tratamento permaneça após a alta, e a concessão de oportunidades com a priorização desses para futuras vagas de emprego, para que possam voltar a ocupar seu lugar na sociedade e enriquecer o local com exemplos bem sucedidos.