Materiais:
Enviada em: 03/08/2018

Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro, contudo, quando se observa os desafios para o tratamento de dependentes químicos no Brasil, verifica-se que esse ideal é constatado na teoria e não desejavelmente na prática. Nesse sentido, vale a análise do tráfico de drogas e da saúde pública diante desse panorama, a fim de buscar melhores perspectivas para o bem comum.         Sob esse viés, um dos maiores problemas que dificultam o tratamento de dependentes químicos no Brasil é o tráfico de drogas, pois, é através da venda de entorpecentes que o vício e essa economia ilícita são alimentados. Assim, pelo fato da droga causar uma submissão, o mercado das drogas terá uma demanda crescente e, consequentemente, o empecilho de tratar os viciados será maior. Logo, o combate ao tráfico deve ser uma medida fundamental do Estado, tendo e vista que, já afirmava Thomas Hobbes, "É dever do Governo exercer poder para coibir os males na sociedade".         Somando a essa questão, o Brasil possui um sistema de saúde falho cuja a estrutura física e profissional são inadequados para o tratamento de dependentes. Por diversas vezes a mídia fez denúncias de hospitais sucateados, com a falta de equipamentos, carência de profissionais e vários outros problemas que dificultam o cuidado dos viciados em drogas e, acima de tudo, fere com o direito à saúde de qualidade, previsto no artigo 6º da Constituição Federal. Assim, percebe-se que, além do tráfico de drogas, é imprescindível a atenção ao sistema de saúde, dado que o uso desse serviço é primário e fundamental para a cura do vício em entorpecentes.         John Locke citava, portanto, que é imperativo o Poder Público exercer amparo para haver a coesão social. Desse modo, cabe ao Ministério da Defesa e ao Poder Executivo das cidades combaterem o tráfico de drogas por meio de investimentos na educação e na segurança, buscando a profissionalização como uma forma de facilitar a empregabilidade perante a escolha ao tráfico, bem como visando a compra de viaturas, treinamento e contrato de policiais para um embate mais efetivo ao tráfico. Ademais, é  importante o Ministério da Saúde, em conjunto a ONGs, criar uma comissão composta por profissionais da saúde e governantes, com a finalidade de pesquisar e analisar a melhor destinação da verba pública para o tratamento de dependentes químicos, especialmente os de baixa renda e em condições de risco, como gestantes e portadores de doenças crônicas. Realizadas essas ações, melhores perspectivas surgirão para o bem comum da sociedade brasileira.