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Enviada em: 24/07/2018

A segunda geração romântica - marcada pela exacerbação da mulher e do uso de drogas ilícitas - abordava temáticas mórbidas, contudo, fieis à realidade de seus escritores. Só para ilustrar, a vida boêmia era comum na modernidade, o que, lamentavelmente, levou à morte dos grandes autores dessa escola literária. O desejo de fuga da realidade e a dependência às drogas não se limitou a modernidade e está presente na hodiernidade, o que permanece sendo uma problemática de caráter urgente, visto que há uma enorme defasagem no que tange ao tratamento dos subjugados.  Vale ressaltar que, o dependente químico, na contemporaneidade, conquistou alguns direitos - como por exemplo, é respaldado pela lei n° 11.343, que garante o apoio estatal àquele que necessitar - entretanto, requer melhorias e acréscimos para que o tratamento torne-se mais humano e justo. Apesar da legislação brasileira propor medidas que os protejam, a mídia, frequentemente, noticia casos de abusos de governantes contra esses povos. A título de exemplo, faz-se vultuoso analisar a internação compulsória de dependentes químicos, realizadas a mando do ex-prefeito de São Paulo, João Doria, no ano de 2017. Como resultado, a medida culminou em um vasto imbróglio social e foi demasiadamente criticada pela ONU (Organização das Nações Unidas), que salientou o caráter desumano do procedimento, aproximando-o da frase do filósofo Blaise Pascal que diz que o ódio invalida a justiça.  Outrossim, tal conduta relaciona-se, de modo análogo, à revolta da vacina, ocorrida em 1904, como resultado de ações forçadas que assustaram a população da época, que acreditavam que a intenção do governo era matá-los - ademais, quem poderia culpá-los por pensar dessa maneira? Visto que não havia informação e era uma situação forçada. Em síntese, nota-se um parâmetro existente em toda a república brasileira, em que o governo é contraproducente com os mais vulneráveis. Destarte, é evidente a urgência de cessar as lacunas existentes na realidade brasileira, uma vez que, no Brasil, existem 29 milhões de dependentes químicos.   Dado o exposto, torna-se indubitável o caráter pressuroso de solucionar a problemática. Em primeiro lugar, é necessário que o governo local restitua leis e as adeque para o cenário regional, uma vez que o ambiente deve ser considerado para tratar o problema. Quando criadas, as leis precisam, finalmente, serem aplicadas, e isso deve ocorrer de maneira conjunta ao Ministério da Saúde, que deve elaborar medidas para coadjuvar o dependente. À esfera econômica cabe a atuação como abono, similarmente, seria benéfico a cobrança de impostos daqueles que detém maior poder aquisitivo e transferência para projetos sociais que cuidem dos subjugados. Ademais, a ressocialização deve ser, não somente um desejo utópico, mas uma realidade em questão no Brasil.