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Enviada em: 30/07/2018

O poder público vem adotando medidas a fim de prover o tratamento de dependentes químicos no Brasil; no entanto, grandes desafios persistem no que se refere a tal objetivo. Essa situação é corroborada pela falta de recursos e pela cultura de criminalização imposta a pessoas que convivem com problemas de dependência.     Nesse sentido, é constatado um problema financeiro, visto que os custos para tratar vítimas das drogas pode ser elevado. Isso é um fator limitante em um país que possui imensas dificuldades de manter o seu sistema público de saúde funcionando, em parte por falta de recursos. A conclusão é de que o Brasil investe pouco nessa área - dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) demonstram que em 2014 apenas 6,8% do orçamento foi para a saúde. Dessa forma, novos gastos tendem a sobrecarregar o sistema e podem se tornar inviáveis.     Ademais, a postura de criminalizar pessoas ligadas ao uso de substâncias ilícitas diminui as chances  de obter êxito em programas de recuperação das mesmas. Isso fica claro quando ações opressivas acabam por não ter eficiência, a exemplo da operação da polícia para desarticular a chamada "cracolândia paulista", onde os indivíduos que ocupavam determinado espaço fugiram para outras regiões e continuaram a usar o crack. Assim, fica evidente que o viés truculento não resolve o problema.      Por conseguinte, é necessário superar barreiras que ainda impedem uma maior eficiência na busca pelo tratamento de dependentes químicos no país. Para tanto, é preciso que o estado aumente seu gasto com a saúde e estabeleça parcerias com ONGs (Organizações Não Governamentais), o que pode otimizar os recursos investidos. É urgente ,também, erradicar atitudes criminalizatórias, humanizando o atendimento às vítimas de dependência. Essa nova abordagem pode ser desenvolvida com a criação de equipes multidisciplinares e centros de acolhimento onde o uso da droga possa ser controlado aos poucos, a exemplo do que foi feito em Frankfurt, na Alemanha.