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Enviada em: 17/08/2018

Mal do século   Amy Winehouse, Renato Russo e, mas recente, Demi Lovato: esses são alguns cantores e compositores que sofreram overdose. O pior é que o número de ocorrências está aumentando, não só entre os artistas, mas em toda a sociedade, especialmente no Brasil. Assim, apesar do artigo 6º da Carta Magna do Estado garantir assistência aos desamparados, isso não é presenciado no cotidiano de muitos bêbados e drogados brasileiros do século XXI, o que é preocupante, haja vista que eles estão inconscientes e necessitam do apoio sócio governamental. Nesse sentido, convém abordar algumas causas que conduziram o Brasil a negligenciar os dependentes químicos.   Em uma primeira instância, é de fundamental importância analisar os fatos históricos. No início do século XIX, surgiu a corrente literária Romântica, cuja segunda fase era caracterizada pelo pessimismo. De modo análogo, o ultrarromantismo estava para os poetas bayronianos assim como o slogan “sexo, drogas e rock and roll” está para alguns artistas atuais. Aqueles morriam de tuberculose, pois bebiam demais e não se alimentavam, e os de agora morrem de overdose. Vale ressaltar que assim como Lord Byron influenciou muitos escritores, os famosos de hoje ditam certos estilos de vida. Nesse cenário, apelar à censura é inviável; antes, é melhor oferecer formas de entretenimento de maior envergadura.   Além desse primeiro aspecto de cunho cultural, é indubitável que a saúde brasileira apresenta falhas, dentre elas os empecilhos no tratamento de drogados, que deve ter acesso fácil e rápido, pois a motivação em parar de beber ou fumar drogas é passageira. A saber, o psiquiatra Jorge Jarbe afirmou que 66% dos pacientes levados à recuperação por ordem judicial apresentam melhora nos 18 meses seguintes, pelo menos. Isso revela que pessoas em estado grave de vício em bebidas conseguiram parar de beber enquanto estavam nos centros de ajuda, o que é uma boa estatística, pois viciados com quadros mais leves apresentam um índice de tratamento ainda melhor. Todavia, essas pessoas acabam não acessando essas clínicas de apoio, e um dos motivos é a difícil e demorada consulta.   A questão da recuperação de dependentes químicos, em suma, é emergencial. Em face disso, antigos viciados podem montar barracas dentro das festas públicas e incentivar o lazer sem a presença da bebida alcoólica e de outras drogas, a fim de mostrar que uma pessoa pode divertir-se sem usar de entorpecentes. Os terapeutas, por sua vez, devem inovar nas formas de tratamento, incluindo a arte terapia, para que o paciente passe a ter uma ocupação e esqueça-se da droga. Assim, cumprir-se-á a cláusula pétrea, segundo a qual todos os cidadãos abandonados socialmente devem ser notados e incluídos na sociedade.