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Enviada em: 10/08/2018

Signatário dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o Brasil se dispõe a otimizar a promoção de saúde pública até 2030. Entre os principais desafios, está a dependência química, uma problemática de grave custo social ainda permeada pela falta de esclarecimento e de tratamentos efetivos.       Na dimensão simbólica, é relevante buscar a gênese do flagelo. Em conformidade com a Organização Mundial da Saúde, o uso de drogas é campeão em desaprovação e preconceito social, o que reforça estereótipos negativos e dificulta, consequentemente, o amparo necessário aos afetados. Esse fato corrobora a ideia do sociólogo francês Émile Durkheim, segundo a qual a coesão social só se estabelece com a consciência coletiva.       Em decorrência dessa criminalização social dos usuários, está a insuficiente apresentação de soluções por parte da comunidade de saúde. De acordo com o fórum virtual do Senado Federal, o país oferece apenas 0,34% dos leitos necessários para o acolhimento de narcodependentes. Nesse sentido, a ausência de compreensão comunitária desemboca em rejeição aos doentes e, por fim, em ingerência política sobre o tema.       Face à problemática, cabe aos grupos televisivos, em parceria com o Ministério de Saúde, a feitura de campanhas socioeducativas acerca do flagelo, com a participação de profissionais da área, visando a frear a repulsa social e, assim, facilitar o tratamento e a reinserção da classe no mercado de trabalho. Além disso, convém ao mesmo órgão, em parcerias público-privadas, a canalização de verbas orçamentárias com destino à imediata ampliação dos leitos de apoio, citem-se os Centros de Atenção Psicossocial, as clínicas de reabilitação e as comunidades terapêuticas. Com o estabelecimento da consciência coletiva e da ampla proteção no Sistema Único de Saúde, será possível mitigar, ainda que lentamente, os efeitos nefastos da dependência química no país.