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Enviada em: 13/08/2018

Em 2015, a telenovela "Verdades Secretas" retratou, em partes de sua trama, a vida de uma modelo usuária de drogas e todas as complicações desse comportamento nocivo. Essa produção televisiva levantou diversos debates acerca do consumo desses entorpecentes no país e os impasses no tratamento de dependentes químicos. Nesse sentido, fatores de ordem educacional, bem como política, caracterizam os desafios de se solucionar a temática, dado o aumento do consumo entre os jovens e o despreparo estatal frente a essa caótica realidade.    É importante pontuar, de início, a negligência escolar quanto ao uso de drogas como determinante a esse quadro. À guisa do filósofo Kant, o ser humano é tudo aquilo que a educação faz dele, sendo as escolas fundamentais nesse processo. Entretanto, grande parte do meio estudantil brasileiro promove uma falha formação cidadã ao omitir o tema das drogas nas salas de aula, acarretando o despreparo e uma maior vulnerabilidade dos jovens frente a essas substâncias. Essa realidade é ratificada por pesquisas recentes do IBGE, que apontam um crescente índice de adolescentes em contato com o álcool e drogas ilícitas. Assim, o tratamento de dependentes químicos torna-se ainda mais desafiador, dado o aumento de usuários no país.     Outrossim, tem-se a fraca postura estatal na tentativa de resolução do dilema dos entorpecentes no país. Conforme o pensamento hobbesiano, o Estado, a partir de um contrato social, é responsável pela manutenção da ordem em sociedade. O contexto brasileiro, porém, é marcado por uma incapacidade de atuação governamental, seja pelo descaso dos políticos ou ainda pela tomada de medidas ineficazes e muito questionáveis. Tal fato foi amplamente percebido em 2017, quando a prefeitura de São Paulo optou pela internação compulsória de pessoas em situação de drogadição, na chamada política de redução de danos. Dessa forma, os desafios no tratamento dos dependentes químicos envolvem um desleixo e um desinteresse do Estado.    É notória, portanto, a relevância de fatores educacionais e políticos na problemática supracitada. Nesse viés, cabe às escolas, em consonância com a mídia, orientar a população, especialmente a juventude, acerca do nocivo consumo de drogas. A ideia da medida é, a partir de debates e palestras nas salas de aula, além de propagandas educativas e telenovelas que abordem o assunto, promover uma consciência coletiva acerca dessas substâncias a fim de minimizar o número de usuários. Ademais, é dever do Governo, por intermédio dos órgãos responsáveis, adotar medidas de contenção das taxas de dependentes químicos e de tratamento para estes. Essa intervenção deve contar com o auxílio de especialistas na área com o intuito de efetivamente solucionar o quadro das drogas no país.