Materiais:
Enviada em: 15/08/2018

A punição é o lobo do combate    A criminalização das drogas é o que supre o vício do sistema penitenciário em acolher cada vez mais detentos em detrimento do sistema de saúde e de educação no Brasil. Como cita o poeta Fábio de Azeredo, estão querendo combater o efeito, não a causa.       Os desafios para o tratamento dos dependentes químicos no Brasil não é um problema de segurança, mas sim, de saúde pública. Segundo Senad (Secretaria nacional de políticas sobre drogas), entre o ano de 2011 e 2014, foram investidos mais de R$ 3,6 bilhões no combate ao tráfico. Em contra-partida, os gastos com a saúde e educação estão em constante decréssimo, como o caso do corte de verbas da bolsa CAPES; o que evidencia a prioridade e preocupação do Estado.       Descriminalizar as drogas não é apenas uma manobra governamental afim de obter mais uma fonte de lucro, ou deixar de investir pesadamente no combate ao tráfico, tampouco é apenas para a diminuição da mortalidade causada pelas substâncias. Esta atitude constitucional ajudará a quebrar preconceitos enraizados em nossa sociedade desde a colonização portuguesa, com o intuito de preservar a empatia e solidariedade para com o indivíduo tratado.       Diante do exposto, é notável, portanto que medidas tenham de ser tomadas. Cabe ao Congresso Nacional, após muito diálogo e estudos, elaborar um projeto de lei que não assegure apenas a descriminalização das drogas, como também, corrobe para que os doentes já afetados pela substância receba o devido apoio hospitalar e psicológico. Ademais, o Ministério do trabalho deve intervir de modo que os dependentes químicos reformados tenham uma posição mínima em toda a empresa -como é o caso dos estagiários, jovens aprendizes e etc- afim de trazê-los de volta à sociedade civil, tirando-os  definitivamente do vício.