Materiais:
Enviada em: 27/09/2018

Consoante o filósofo grego Platão, "mais importante que viver é viver bem". Mediante esse raciocínio,  infere-se que as dificuldades para o tratamento de dependentes químicos no Brasil vão de encontro ao postulado filosófico, visto que  a dependência química impede a qualidade de vida. Nesse contexto, faz-se necessário avaliar os desafios e barreiras para,assim ,encontrar soluções que melhorarão o tratamento oferecido.        Um dos desafios para que ocorra um melhor tratamento é garantir à personalização do cuidado. A personalização é um princípio básico do bom tratamento com pacientes químicos e significa que o que funciona com um paciente, não funcionará com outro necessariamente , sendo necessário uma ação guiada pelo contexto do indivíduo. Dessa forma, não existe uma única fórmula , para um paciente a terapia familiar pode ser a chave da reabilitação, enquanto para outro só agravaria e o melhor seria a internação. No Brasil ,contudo, frequentemente esse ideal não é considerado, focando-se em um modelo biomédico e esquecendo-se de olhar a integralidade do indivíduo nas esferas fisiológica,social, psicológica e legal. Nesse sentido, é preciso um redirecionamento de infraestrutura e verbas que visem a integralização do tratamento de dependentes químicos.      Além disso, a falta de acesso e de divulgação das instituições de tratamento agravam a problemática. Segundo dados do Ministério da Saúde , de 2013 a 2015, houve uma redução de mais de 20% no número de internados na reabilitação química. Todavia, apesar de parecer positivo ,não é, pois,em plena crise econômica, há uma tendência de aumento no número de dependentes , desse modo, é possível afirmar que o número de pessoas se tratando está muito abaixo do necessário,estando muitos sem tratamento. Nesse cenário, frisa-se que o Sistema Único de Saúde (SUS) investiu 9,1 bilhões em tratar a saúde dos dependentes na última década,porém, embora houve grande melhora na estrutura , falta campanhas que promovam a busca por tratamento.       Fica claro, portanto, a necessidade de medidas para superar os entraves. Primeiramente, com o objetivo de integralizar o tratamento dos dependentes químicos, o Ministério da Saúde,por meio do SUS, deve vincular aos centros de reabilitação química o acesso a centros de psicologia ,psiquiatria, hospitais ,assistência social e defensoria pública. Assim, o cidadão que se encontra como dependente químico poderá não apenas ser desintoxicado, mas reestruturar sua saúde física,mental, social e reorganizar sua vida perante à lei. Outrossim, o Governo Federal deve promover companhas na Grande Mídia, utilizando propagandas publicitárias na televisão e rádio, para convencer o público alvo da importância de se tratar e a quais instituições de saúde recorrer.Destarte, os desafios serão vencidos.