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Enviada em: 05/10/2018

Apesar de se destacar enquanto potência econômica mundial, o Brasil ainda vivência problemas arcaicos, como seu falho tratamento de dependentes químicos. Diante da gravidade dessa questão, urge a mobilização conjunta do Estado e da sociedade brasileira a fim de combater os desafios desse tema por meio da educação e de políticas públicas efetivas.       É indubitável, que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. Diante do exposto, é perceptível que o Estado brasileiro mostra sua ineficiência em atingir tal equilíbrio, visto que, embora o contingente de dependentes químicos em tratamento tenha aumentado 168% em pouco mais de uma década, 75% dos "tratados" retornam ao vício químico e, se comparado com os recuperados das drogas com maior poder de vício, esse percentual de retorno sobe para 90%, segundo dados do Mistério da Saúde. Deixando claro que, a resolução do "quebra-cabeça" do atual sistema de tratamento dos dependentes químicos está diretamente vinculado aos ineficazes métodos no tratamento médico.       Outrossim, destaca-se como impulsionador dessa questão, a falta de uma plena ressocialização dos dependentes, algo que está diretamente relacionado com sua educação. De acordo com o filósofo Immanuel Kant, é no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade. Nessa perspectiva, vale destacar, a importância de se ter centros, nas próprias casas de recuperação, capazes de educar/profissionalizar os tratados. Fazendo com que os mesmos possam se sentir úteis à sociedade e assim, possibilita que muitos ao termino de seus tratamentos tenham uma vida digna por meio da renda do seu trabalho, evitando um possível retorno à dependência química.       É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas de tratamento dignas a qualquer indivíduo no Brasil. Por conseguinte, cabe ao Estado, de forma efetiva, ter o compromisso com a ressocialização de todos os dependentes, por meio da garantia dos devidos investimentos para a criação de centros profissionalizante nas casas de recuperação, além da responsabilidade em oferecer o ensino de matérias básicas e a devida implementação de métodos de tratamento validados e eficazes, diminuindo dessa forma, a taxa de regresso às drogas. Ademais, fica a cargo do Ministério da Educação, auxiliado pelas instituições de ensino com proatividade o papel de deliberar acerca dessa questão em palestras elucidativas, por meio de exemplos em obras literárias, dados estatísticos e depoimentos de pessoas envolvidas com o tema, a fim de estimular a criticidade da sociedade, fazendo com que elas cobrem dos seus governantes a implementação das soluções.