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Enviada em: 03/10/2018

No ano de 2011, a morte de uma das mais influentes figuras femininas do ramo artístico, Amy Winehouse, chamou a atenção do mundo para uma alarmante questão de saúde pública: o abuso de drogas. A partir disso, muito se discute acerca dos desafios para o tratamento de dependentes químicos no Brasil, visto que, atualmente, políticas governamentais de reinserção de pacientes na sociedade têm se mostrado ineficientes.       Em uma primeira análise, destaca-se que a principal adversidade encontrada no tratamento daqueles que fazem uso de drogas advém diretamente da padronização do sistema de atendimento público a estes. Nesse sentido, estratégias como terapia familiar e arte terapia, as quais poderiam desencadear reações positivas no paciente durante seu acompanhamento, deixam de ser exploradas, dando lugar ao tratamento "formal" de desintoxicação e isolamento, o qual, muitas vezes, contribui na construção de comportamentos agressivos no dependente.          Outro aspecto a ser abordado, no que tange a eficácia das políticas públicas, é o fato de que programas de reabilitação recebem mais dinheiro do Ministério da Saúde do que aqueles de caráter preventivo, o que, de certa maneira, evidencia o descaso do Governo para com as causas do aumento do número de dependentes químicos na população. Além disso, o papel exercido pela Mídia aberta na veiculação de propagandas de drogas legais, relacionando-as com a sensação de alegria, faz com que a quebra de padrões socio-culturais que atingem a sociedade de forma maléfica seja dificultado e, portanto, ocorra - ainda que indiretamente - o incentivo ao uso de tais substâncias - como por exemplo o álcool.        Diante dos fatos supracitados, faz-se necessário que o Ministério da Saúde, por meio da criação de programas preventivos e flexíveis de tratamento de dependentes químicos, analise os efeitos do uso da psicologia e da arte na melhora de diferentes pacientes, podendo, desta forma, reestruturar o sistema de saúde e proporcionar uma eficiente reinserção dos que necessitam na sociedade. Ademais, é imprescindível que a Mídia, ao veicular propagandas de bebidas alcoólicas, informe ao consumidor as possíveis situações de dependência física e psicológica que o abuso do álcool pode proporcionar, esclarecendo, assim, as consequências relacionadas às substâncias químicas e ajudando na conscientização e diminuição de "Amys" no Brasil.