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Enviada em: 03/10/2018

A sociedade brasileira vem enfrentando inúmeros desafios atualmente, algo normal em um país emergente, mas não ideal. Dentre esses desafios, há um que vem causando bastante ''dor de cabeça'' à sociedade: o tratamento de dependentes químicos. Segundo pesquisa divulgada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de São Paulo, o número de usuários na Cracolândia cresceu 160% em 2016. Esse aumento não se limita apenas ao Estado de São Paulo, mas abrange todo o país. Essa crescente no número de dependentes químicos se da, em especial, pela omissão do Estado em investir em políticas públicas eficientes e pelo preconceito ainda presente em nossa Sociedade.         Em primeira análise, é possível evidenciar, no país, a ineficiência de políticas públicas implantadas pelo Governo Federal para combater o aumento de dependentes químicos. Apesar dos altos investimentos contra o tráfico ostensivo, o número de usuários continua crescendo exageradamente. A desigualdade social, fácil acesso às drogas, ausência de políticas públicas que visem prevenir e alertar sobre os riscos de se usar entorpecentes, a ineficiência do Estado em disponibilizar uma Educação Cidadã de qualidade, e a falta de opções de saída para quem deseja deixar às drogas de lado, que pode ser percebido através do baixo número de clínicas de reabilitação e de profissionais capacitados para trabalhar com os dependentes, tem cooperado de forma impar para o agravamento de tal mazela. Em segunda análise, cabe-se pontuar o preconceito da sociedade para com o usuário. No âmbito  familiar, quando se descobre que um membro da família está fazendo uso de drogas, rapidamente há um julgamento em cima do dependente, o que tende a agravar ainda mais a situação, haja vista que tal atitude por parte da família afetará de forma brusca o psicológico (muitas vezes já debilitado) do usuário, fazendo com que o mesmo se aprofunde ainda mais no ''mundo das drogas''. Existe uma marginalidade sobre o dependente químico, uma visão distorcida. Julgam como criminoso, alguém que deve ser visto como paciente. Dependência química não é crime, é problema de saúde. Quando há mais investimentos em combater o tráfico do que em cuidar do usuário, regredimos.  Fica evidente, portanto, que os desafios para o tratamento de dependentes químicos no Brasil ainda são enormes e que tal problema não tem recebido a devida atenção do Estado e da Sociedade. Assim, cabe ao Estado, através do Ministério da Saúde, elaborar campanhas publicitárias contra as drogas, tanto nas escolas quanto nos meios de comunicação. Investir, de igual forma, em clínicas de reabilitação e políticas públicas com o intuito de diminuir a desigualdade social. Ademais, cabe ao Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, investir em educação cidadã de qualidade para que a sociedade veja o usuário não como marginal, mas como um paciente que necessita de cuidados.