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Enviada em: 14/10/2018

O ex-jogador da seleção brasileira e atual comentarista esportivo Casagrande era usuário de cocaína e, após um longo período de tratamento, se desvencilhou desse entorpecente. Lamentavelmente, no Brasil atual, casos como esses são exceções, pois muitas pessoas à mercê das drogas não conseguem abandoná-las, impedindo a retomada do convívio social. Diante disso, é evidente que a falta de clínicas de reabilitação eficientes e a ausência de políticas governamentais que visem recuperar os usuários de drogas são desafios a serem enfrentados.        Primeiramente, é conveniente enfatizar que a recuperação de um dependente químico necessita ir além do abandono das drogas, o mesmo deverá ficar apto a realizar atividades comuns da vida de um cidadão. Isso pode ser comprovado pelas ideias do filósofo empirista John Locke, o qual afirmava que o comportamento de um indivíduo é moldado pelas experiências recebidas em sua vida. Com isso, é possível afirmar que após o tratamento, os indivíduos só poderão, por exemplo, trabalhar, estudar, praticar esportes se as clínicas os direcionarem para essas atividades. Logo, é evidente que a qualidade das instituições de recuperação é um entrave à ressocialização dos dependentes químicos.       Ademais, é necessário reconhecer a falta de ações do poder público para recuperar os dependentes químicos como outro impasse a ser enfrentado. Essa ineficiência é comprovada pelos dados da Universidade Federal de São Paulo, os quais atestam que cerca de 13% dos brasileiros têm algum familiar envolvido com o consumo de drogas. Isso mostra que o governo não promove ações de recuperação eficazes, pois, infelizmente, muitas pessoas ainda consomem tanto drogas lícitas quanto ilícitas de forma descontrolada.       Portanto, em virtude da dificuldade de se ressocializar um dependente químico, medidas devem ser tomadas. A princípio, é necessário que os empresários donos de clínicas de recuperação, em conjunto com os líderes religiosos do mesmo ramo, busquem, através de uma metodologia de recuperação que vise colocar o recuperado no mercado de trabalho ou nas escolas, diminuir o número de usuários de drogas. Além disso, o poder público deverá promover uma campanha nacional de abandono das drogas, a qual, através de um mutirão de psicólogos e profissionais da saúde, ofereça, nas ruas das grandes cidades brasileiras, atendimento gratuito aos usuários de drogas, de modo que estes sejam influenciados a se ressocializarem. Caso essas medidas sejam cumpridas, será possível superar os desafios no tratamento de dependentes químicos.