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Enviada em: 17/10/2018

No século XIX, a China foi obrigada a liberar a venda do ópio no país, uma droga viciante que fomentou graves problemas na sociedade chinesa da época. Na contemporaneidade, observa-se que dependências químicas continuam sendo prejudiciais para o corpo social, e esse problema persiste devido à ineficaz política pública de tratamento, como também de prevenção, que o país adota. Nesse contexto, faz-se necessário a análise acerca dos entraves que englobam essa problemática.     Sob esse viés, muitos adictos encontram dificuldades para abandonar o vício, visto que o acesso ao tratamento é difícil e a reabilitação é falha. Isso porque, poucos recursos são destinados pelo Estado para a solução da causa, contrariando o papel provedor de direitos que lhe foi estabelecido na Carta Magna do país. Com isso, o indivíduo sofre graves conseqüências na saúde e no âmbito social, uma vez que o modelo moral propõe que tal ato seja um desvio de caráter, o que caracteriza um modelo excludente.     Nessa conjuntura, é notória a falta de políticas públicas destinadas à resolução desse imbróglio. De acordo com a psicanálise lacaniana, o sujeito precisa ser tratado na sua singularidade – modelo que não é observado no Brasil ao se referir a essa temática, visto que o cidadão é pluralizado, além de excluído do contato social (modelo manicomial). Desse modo, o ambiente artificial de isolamento, para promover a abstinência, aplicado para tratar essa classe não é condizente com o reingresso do paciente no convívio social, gerando, por exemplo, recaídas.    Diante do exposto, urge que o Ministério da Saúde em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social, disponibilize casas de acolhimento com equipes multidisciplinares, de maneira a atender o indivíduo na sua particularidade. Outrossim, ONG’s financiadas pelo governo, devem promover tratamento alternativos – como atividades voltadas para arte, cultura e lazer, a fim de que o adicto supere a abstinência, e se insira no convívio social. Em adição, as escolas, por meio de palestras educativas, devem prevenir o surgimento desse impasse no corpo social brasileiro.