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Enviada em: 06/05/2017

Lama tóxica moral    Uma barragem tem por finalidade armazenar resíduos de mineração ou água, seguindo rigorosos critérios de localização, segurança ambiental, estrutural e social. No entanto, no recente desastre da cidade de Mariana, em Minas Gerais, todos os critérios e medidas se segurança parecem ter sido deixados de lado, colocando o desenvolvimento acima da consciência ambiental. Isso se deve ao fato da negligência e ganância que visava somente o lucro, por parte da empresa responsável e pelo papel do Governo no pós-desastre, que se mostrou inoperante e negligente.     É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. Para Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça o equilíbrio seja alcançado. Analogamente, observa-se que o descumprimento da legislação por parte da mineradora responsável representou uma brecha no que diz respeito ao equilíbrio proposto por Aristóteles, uma vez que, ao não cumprir as políticas de proteção ambiental, a natureza e a população foram diretamente afetadas. Desse modo, a poluição de leitos de rios, a destruição das matas ciliares, a contaminação do sistema aquático e dos moradores demonstra a importância do reforço da pratica da regulamentação como forma de combate à problemática.     Outrossim, destaca-se o descaso do Governo no cenário pós tragédia como impulsionador da falta de consciência ambiental. Segundo Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar. Nesse contexto, nota-se a postura oposta dos governantes frente ao desastre ambiental, pois a população e grande parte do Brasil se mobilizaram para ajudar as vítimas e demonstrou empatia e preocupação com os efeitos sobre a natureza, enquanto o Governo demonstrou inoperância e negligência ao não tomar medidas concretas. Assim, a falta de ações para a contenção dos graves efeitos da lama tóxica agravou o problema no Brasil.     Entende-se, portanto, que as consequências de não ter aliado a consciência ambiental ao desenvolvimento, colocou em risco a natureza e a população, levando a prejuízos inestimáveis. A fim de atenuar o problema, o Governo Federal em parceria com o Ministério do Meio Ambiente deve elaborar leis ambientais mais rígidas e ampliar a fiscalização de mineradoras e afins, além de aplicar campanhas de abrangência nacional juntos às emissoras que estimulem a consciência ambiental de empresas e pessoas e a denuncia de crimes contra a natureza. Dessa forma, o equilíbrio proposto por Aristóteles, será gradativamente recuperado.