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Enviada em: 03/11/2017

O maior desastre ambiental ocorrido no Brasil é reflexo da negligência e da impunidade brasileira. Desde a época da Colonização, os recursos naturais foram explorados e o índio teve sua identidade cultural perdida, o que se perpetuou ao longo da história. Na contemporaneidade, em decorrência de uma herança histórica e cultural, essa realidade persiste e o rompimento da barragem de Mariana é uma visível consequência disso; e se configura, acima de tudo, um grave problema socioambiental.     Com o surgimento do Capitalismo, o "modus operandi" é baseado na maximização da exploração e do lucro. De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral, existem 299 barragens no Brasil. Dessas, mais de 20 estão condenadas e correm risco de rompimento. Como já dizia a música Sobradinho, "o homem chega e já desfaz a natureza/ tira gente e põe represa, diz que tudo vai mudar". E realmente muda, pra pior, como foi o caso da barragem de Mariana. Infelizmente, isso acontece por causa da lentidão da justiça, da impunidade e da negligência das empresas; que tem consciência e equipe técnica para prevenir esses acidentes, mas optam por "fazer vista grossa".    Destarte, as consequências desse sistema capitalista são inúmeras e, sem dúvida, os mais prejudicados são o meio ambiente e o ser humano. Até então, não se sabe os reais efeitos negativos causados na vida marinha oceânica, mas com certeza eles serão visíveis daqui há alguns anos, mesmo com o poder de auto depuração destes. Entretanto, a repercussão socioambiental causada nos arredores da barragem é visível desde o primeiro instante. Mais de 10 pessoas, entre trabalhadores e cidadãos morreram, famílias tiveram que abandonar suas casas, e consequentemente perderam suas identidades culturais,  comunidades ficaram sem escolas e posto de saúde. Além disso, a vida aquática dos rios contaminados foram dizimadas, o que impactou diretamente a sociedade, uma vez que  o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, garantido pela Constituição, foi ferido.    É evidente que o desastre de responsabilidade de empresa Samarco atinge diretamente o meio ambiente e a sociedade. Para atenuar essa realidade, é preciso que o Estado, por meio do Poder Judiciário, dê celeridade ao sistema e puna os responsáveis. Ademais, é preciso que o Ministério Público e a sociedade, fiscalize a remediação do dano ao meio ambiente, através do reflorestamento e de constantes estudos dos impactos ambientais em toda a área afetada. Além disso, é preciso que este exija o contínuo suporte da empresa às pessoas que sofreram qualquer tipo de dano, para assim, minimizar o sofrimento e proporciona-los o mínimo de dignidade. Afinal de contas, como já dizia Mario Quintana, "Nesses tempos de céus cinzas e chumbo, nós precisamos de árvores desesperadamente verdes".